Record - 20200811

OPINIÃO 07

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Diretor-Geral Editorial.Esteves Pereira e Alfredo Leite Octávio Ribeiro; Dir.-Geral Gráfico. Dir.-Gerais Edit.-Adjs. Pedro FreireArmando

11 de agosto de 2020

ç Raramente ouvimos falar

da Comissão de Auditoria da

Liga Portuguesa de Futebol,

mas está longe de ser um órgão

irrelevante. Nas últimas sema-

nas foi notícia por diversas ve-

zes, por boas e más razões.

As ligas profissionais são

obrigadas, desde 2013, a ter

uma Comissão de Auditoria, fi-

gura que até já existia na iden-

tidade que organiza os dois

principais campeonatos. Cabe-

-lhe avaliar se as sociedades

desportivas cumprem ou não

os pressupostos para se inscre-

verem nas competições e é

composta por dois represen-

tantes da Liga, um da Federa-

ção, um do Sindicado dos Joga-

dores Profissionais de Futebol

e outro da Associação Nacional

de Treinadores.

Foi o seu parecer negativo que

ditou, há menos de duas sema-

nas, o chumbo dos processos

de licenciamento do V. Setúbal

e do Aves, pelo incumprimento

de vários critérios definidos na

lei. Os setubalenses apresenta-

ram recurso para ainda tenta-

rem ficar na I Liga, enquanto o

Aves foi recambiado para o

Campeonato de Portugal, víti-

ma dos seus dirigentes.

O que pode ditar a reprova-

ção? A lista de pontos é imensa,

mas as infrações mais comuns

prendem-se com salários em

atraso a jogadores, treinadores

e funcionários, pagamentos

em atraso ao Fisco e à Seguran-

ça Social ou dívidas a outras so-

ciedades desportivas (é de su-

por que o Sporting tenha já

pago os milhões que deve ao

Braga). Há outros critérios: os

clubes têm também de entre-

gar orçamentos, relatórios de

revisores oficiais de contas ou

prestar informação sobre a sua

estrutura societária.

A imagem da Comissão de Au-

ditoria ficou, entretanto, posta

em causa pela notícia, avançada

pelo ‘Público’, de que a Liga dei-

xou o Feirense inscrever-se na

LigaPro, apesar de a SAD ser de-

tida em 70% pelo dono de uma

das mais populares platafor-

mas de apostas desportivas

em África, a Bet9ja, que até per-

mite ‘investir’ nos encontros do

clube de Santa Maria da Feira.

Algo que a lei proíbe desde 2017.

O próprio Feirense terá tenta-

do esconder a ligação e a co-

missão não fez o que o ‘Público’

acabou por fazer. A Liga solici-

tou, entretanto, a abertura de

um inquérito ao Conselho de

Disciplina da Federação. Mas

vai travar a inscrição do Feiren-

se? A Comissão de Auditoria

vai pronunciar-se?

Era importante que o fizesse,

até porque importa preservar

o seu papel. A Comissão de Au-

ditoria tem um papel funda-

mental: quem não tem condi-

ções financeiras e estatutárias

para disputar a competição é

forçado a sair. Com isso, defen-

de-se todo o ecossistema. Dota-

da do enquadramento legal ne-

cessário, e de mais meios, talvez

pudesse ter até um papel mais

abrangente.

Tal como contribuiu para di-

minuir a praga dos salários em

atraso na I e II Liga, uma audi-

toria com poderes mais alarga-

dos, que fiscalizasse também

as transferências de jogadores

e contratos abusivos, reforça-

ria a confiança em relação ao

futebol e na verdade desporti-

va. Já agora, valia a pena refor-

çar a transparência sobre a

própria comissão produzindo,

anualmente, um relatório de

atividade. Até encontrar quem

dela faz parte é tarefa

difícil.

A COMISSÃO DE AUDITORIA DA LIGA TEM UM PAPEL

FUNDAMENTAL, QUE PODIA ATÉ SER ALARGADO

LINHADEFUNDO

André Veríssimo

Diretor do Negócios

JOSÉ REIS/MOVEPHOTO

Deve o Benfica estar preocupado com os dois casos de Covid-

identificados no plantel do At. Madrid, que vai treinar no Seixal?

Apesar de os dois ele-

mentos que testaram positi-

vo terem permanecido em

Madrid e de os restantes te-

rem realizado testes que de-

ram resultado negativo, a rea-

lidade é que a doença pode

demorar 14 dias até ser dete-

tada. Hoje estão bem, ama-

nhã podem não estar. Os con-

tactos são inevitáveis e, quer

se queira quer não, há um ris-

co para a saúde daqueles que

frequentam diariamente o

centro de estágios do Seixal.

SIM.

JOÃO LOPES

Qualquer preocu-

pação dos responsáveis ben-

fiquistas ficará sempre anu-

lada com uma desinfeção to-

tal do centro de treinos dos

encarnados. Além disso, nes-

ta fase da pandemia da Co-

vid-19, os clubes que jogaram

na retoma, como os colchone-

ros, já têm bem interiorizadas

todas as rotinas relativas às

cautelas sanitárias. Tanto

que os jogadores afetados,

Correa e Vrsaljko, ficaram de

quarentena.

NÃO.

LUÍS MOTA

FRENTE A FRENTE

AMANHÃ NÃO PERCA JOSÉ MANUEL FREITAS RUI DIAS

FISCALIZAR

AS TRANSFERÊNCIAS

REFORÇARIA CONFIANÇA

NO FUTEBOL NACIONAL

O QUE DIZEM OS OUTROS

A ‘Marca’ dá conta de uma situa-

ção alarmante. O Ittihad Tánger,

da primeira divisão marroquina,

tem 26 elementos do clube com

Covid-19, incluindo o treinador, de

risco. No entanto, a Federação

Marroquina de Futebol está a for-

çar a equipa a apresentar-se no

jogo de hoje, contra o Berkane,

correndo o risco de que os jogado-

res contagiem os seus oponentes.

À luz das críticas de Daniel Alves,

que considerou inadmissível os

casos de Covid-19 no Goiás, Rafael

Moura, um dos jogadores que

contraiu o vírus, defendeu o clu-

be. “Infelizmente estamos expos-

tos ao vírus invisível e pode acon-

tecer com qualquer atleta. Pedi-

mos desculpas ao São Paulo e a to-

dos os atletas, mas seguimos os

protocolos à risca”, afirmou.

O tablóide inglês reproduz as de-

clarações de Emiliano Martínez,

guardião do Arsenal que assumiu

a baliza dos gunners após a lesão

de Bernd Leno. “Mostrei ao clube

que posso jogar e para o ano terei

de realizar mais jogos. Não vou

parar de lutar até consolidar o

meu lugar no Arsenal, mas se não

jogar vou ter de sair”, alertou o ar-

gentino, de 27 anos.

Ao diário ‘AS’, Alberto Contador

deixou rasgados elogios a

Mathieu Van Der Poel. “O

Mathieu e eu somos corredores

totalmente diferentes, de gera-

ções distintas, mas sentimos uma

admiração mútua. Para mim, ele é

o Lionel Messi do ciclismo, um

corredor que gera interesse onde

quer que compita, por mais pe-

quena que seja a corrida”, disse o já

retirado ciclista.

Os tenistas vão poder participar

no US Open sem realizar uma

quarentena no seu regresso. Se-

gundo o ‘L’Equipe’, essa é a decisão

do governo italiano , terminando

com os receios de muitos jogado-

res, que equacionavam falhar o

Grand Slam que vai arrancar no

fim de agosto. Porém, terão de

apresentar um teste negativo an-

tes da sua chegada a Itália.

Mais

auditoria