“Quando era criança
eu já tinha vontade
de ser modelo e esse
desejo sempre
esteve presente
na minha vida”.
ISABELA
CROCCIOLI
JULHO 2018 | REVISTAVOX.COM 29
so de beleza sempre vai ter como
principal critério de escolha de suas
candidatas a beleza, é um fato.
Mas nas últimas edições percebe-
mos que esses concursos influencia-
dos pelo momento atual estão usando
outros critérios de escolha a partir
de ideias, da forma como a candidata
se comunica, pela história de vida.
E dando espaço à voz da mulher e é
sobre isso que queremos falar.
Vivemos em um tempo de
representatividade, de aceitação e
de busca por igualdade, nada mais
justo do que o concurso que elege
mulheres para representar a be-
leza do seu país acompanhar este
momento. A mudança é lenta e está
longe de ser o ideal, porém ela existe,
e existe porque a mudança começou
pela sociedade.
Queríamos falar sobre os concur-
sos de beleza e suas candidatas sem
nos pautar apenas no quesito estético,
por isso resolvemos discutir este as-
sunto por outra ótica, falando sobre
mulheres que defendem a “beleza”
com conteúdo e propósito, o empode-
ramento feminino e sobre a mulher
contemporânea capaz de conquistar
aquilo que estiver disposta seja num
concurso de miss, no ambiente de
trabalho ou pessoal.
As misses que carregam o nome
dos nossos estados e país devem além
de representar a beleza brasileira
(algo impossível de se definir e impor
um padrão), serem porta-vozes dos
interesses do coletivo feminino.
Nossas entrevistadas, três mu-
lheres de perfis diferentes, misses
que representaram durante seus
reinados as mulheres da região e
ativas em seus papéis na sociedade
contam suas experiências e compar-
tilham suas opiniões sobre o tema em
questão.
Mayra Simões, 34 anos, formada
em Turismo, é a única mulher da
nossa região a conquistar o título
de Miss São Paulo, ela foi a ganha-
dora no concurso da edição 2004, e
por ironia do destino foi inscrita de
última hora.
Quando tinha 19 anos, sem
nenhuma pretensão ou sonho de
seguir carreira de modelo recebeu oconvite de Tiene Carvalho, na época
coordenadora do Miss Dracena para
participar do concurso e foi repre-
sentar a cidade no Miss São Paulo,
venceu e foi representar o estado
no Miss Brasil. Este último ela não
ganhou, mas recorda com carinho da
época e experiência.
Nem mesmo ela imaginava que
teria chances de ser coroada naquela
noite. “Nunca fui modelo profissio-
nal, quando recebi o convite foi um
verdadeiro susto, não conhecia nada
sobre esse mundo de miss, eu tinha
apenas um mês pra me preparar,
mas fui. No final acabei vencendo o
concurso, fui conhecendo mais sobre
esse universo e me apaixonei. Apesar
de ter sido algo inesperado e sem
muita preparação o Miss São Paulo
foi algo mágico que mudou o rumo
da minha vida”, conta.
14 anos depois de ser eleita é ela
quem coordena o concurso de beleza
de Dracena e prepara as candidatas a
misses.
Mayra explica que o perfil dos
concursos mudou muito desde o seu
reinado, com uma estrutura mais
moderna e alcance cada vez maior
com a disseminação da internet. O
que acontece no evento gera mais
repercussão agora do que alguns
anos antes.“A experiência de ser miss
é maravilhosa, seja
representando a cidade,
o estado, país ou mundo.
Uma miss é muito mais
do que aparência ela deve
estar apta para discursar
sobre os mais variados
assuntos”.