MARCO GONÇALVES
MIGUEL GOUVEIA PEREIRA
PEDRO MIGUEL AZEVEDO
bbb Jorge Jesus aproveitou o
jogo-treino de ontem contra o
Estoril, no Seixal, para ver em
ação não só os reforços, mas
também os elementos mais
veteranos no plantel. Um de-
les foi Pizzi que, na ótica do
treinador, é para jogar no cor-
redor central e não pela direi-
ta, como em épocas anterio-
res. E foi nessa função que o in-
ternacional português puxou
dos galões e apontou dois go-
los aos canarinhos, num em-
bate que os encarnados vence-
ram por 4-1.
Um aspeto curioso do pre-
paro foi a utilização de coletes
com numeração, sendo a
mesma atribuída aos jogado-
res consoante a posição tradi-
cional de cada número. Pizzi,
por exemplo, foi o 8 e jogou
no meio, fazendo apoio ao 9,
Carlos Vinícius. Já o reforço
Luca Waldschmidt, que pode
jogar como segundo avança-
do, mas também nas alas, foi
o número 7 e posicionou-se
precisamente na ala direita.
No lado contrário, Everton foi
naturalmente... o 11. Na pri-
meira parte, as águias alinha-
ram com Vlachodimos, Gil-
berto, Rúben Dias, Jardel,
Nuno Tavares, Weigl, Taarabt,
Waldschmidt, Everton, Pizzi
e Vinícius. Já na segunda,
houve trocas e alinharam Svi-
lar, Tomás Tavares, Ferro, Ver-
tonghen, Cervi, Florentino,
Samaris, Rafa, Diogo Gonçal-
ves, Chiquinho e Seferovic,
com David Tavares ainda a en-
trar também. Aqui, a ala direi-
ta foi entregue a Rafa e Diogo
Gonçalves encostou no lado
canhoto do ataque, com Chi-
quinho como “muleta” do
avançado Seferovic.
A história do treino conta-se
pelos golos, dois na primeira
TREINO O internacional português bisou contra o Estoril. Florentino e Cervi
também marcaram no 4-1 do segundo exame competitivo da pré-época
Pizzi cresce ao meio
nas opções de Jesus
Ontem foram 23 os jogadores que mereceram alguns
minutos no embate com o Estoril, mas, de fora, ficaram
cinco jogadores dados pelo Benfica como estando com
pequenas mazelas: Helton Leite, André Almeida,
Grimaldo, Gabriel e Pedrinho não estiveram ao dispor de
Jorge Jesus. No entanto, ao que foi possível apurar,
nenhum caso inspira cuidados de maior.
Quinteto com toques ligeiros
parte, o tal bis de Pizzi – com
assistências dos reforços
Waldschmidt e Gilberto –, e
outros tantos na segunda, de
Florentino e Cervi, com o Es-
toril a marcar pelo meio.
Na próxima terça e quarta-
feira estão previstos testes,
respetivamente, com Bele-
nenses e Farense, assim como
um embate com o Braga, a 2 de
setembro.
Luca Waldschmidt foi
chamado para jogar a
primeira parte, mas como
ala direito, numa altura em
que o treinador das águias
vai explorando alternati-
vas posicionais e nuances
táticas dentro do grupo
Pizzi fez os dois primeiros golos do jogo, a passes de Waldschmidt e Gilberto
Jorge Mendes sob ataque em Espanha
bbb Antigo dirigente do Va-
lência, António Sesé terá apre-
sentado uma queixa contra o
empresário Jorge Mendes e
Peter Lim, presidente do clu-
be, acusando-os de alegados
crimes como “lavagem de di-
nheiro, delitos de administra-
ção desleal, imposição de acor-
dos abusivos por parte do
acionista maioritário e cor-
rupção em negócios privados”
segundo o jornal “Las Provin-
cias”. Entre os negócios que
levantaram suspeitas estarão
os que envolveram Benfica e
Valência, com jogadores como
Rodrigo, André Gomes, Can-
celo e Enzo Pérez. O Tribunal
de Instrução está a analisar as
queixas e dentro de dois me-
ses decidirá se avança mesmo
contra Lim e Mendes. “Pude-
mos apurar que o senhor Lim
e o senhor Mendes, de acordo,
compraram os direitos de jo-
gadores para, depois, vendê-
los ao Valência acima do seu
valor. Foram contratados joga-
dores de valor patrimonial
muito baixo e vendidos ao Va-
lência acima do seu valor sen-
do beneficiárias as contas de
Benfica e equipas portugue-
sas”, disse Miguel Durán, res-
ponsável pela redação do pro-
cesso, que aponta ainda a con-
tratação de Mangala como
suspeita.
Fonte da Gestifute garantiu
a O JOGO que Jorge Mendes
não interveio direta ou indire-
tamente na gestão do Valência
nem aconselhou Peter Lim
nessa gestão, garantindo ainda
que o empresário português
não interveio nos factos de-
nunciados relativos aos joga-
dores Mangala, Parejo, Coque-
lin ou Ferran, nenhum deles
representado por Jorge Men-
des. Consequentemente, e por
considerar que a inclusão de
Jorge Mendes na queixa é ab-
solutamente infundada, o su-
per agente espera que sejam
esclarecidos os factos.
Negócios entre
Valência e Benfica
por Rodrigo, André
Gomes, Cancelo e
Enzo Pérez em causa
BENFICA
N
um mercado do
sul, fui comprar
lingueirão ao
vendedor que
tinha a bandeira
do Glorioso a
abençoar-lhe a banca.
Palavra puxa palavra,
pusemo-nos à conversa
sobre o estado de coisas no
Benfica e as eleições aí à
porta. Discordámos do
primeiro ao último minuto
- mas, como adeptos,
fizemos o que a Direção
atual não deixa os candida-
tos a presidente fazerem
nos lugares próprios, a
começar pela BTV: debate-
mos. Eu quero uma
mudança no Benfica e apoio
Noronha Lopes. O meu
interlocutor, um benfiquis-
ta informado e apaixonado,
era da opinião que, apesar
dos pesares, é melhor
manter quem é “mais como
os outros”...
Se trago para a crónica esse
encontro acidental, é
porque me parece que,
infelizmente, há bastante
gente a pensar como o
camarada do lingueirão. A
ideia de que, no futebol (há
o mesmo discurso a
propósito da política local,
aliás), os melhores gestores
não são os que têm uma
gestão mais eficiente e
transparente, mas, pelo
contrário, os que fazem da
opacidade uma arma, é uma
ideia errada a todos os
níveis. Primeiro, ao nível da
justiça, da moralidade e da
legalidade, como é óbvio.
Mas também a um nível
estratégico e de longo prazo - porque, a seguirmos essa
lógica, iremos sempre para
pior. É o que, em linguagem
corrente, se chama “des-
cambar”. Se não escolher-
mos uma nova Direção,
continuaremos assim,
chutando os problemas para
a frente, criando bolas de
neve cada vez maiores – para
depois tentarmos, de forma
cada vez mais desesperada,
Uma bola de neve
debaixo do tapete
Jacinto
Lucas Pires
Descalço
na Catedral
escondê-las debaixo do
tapete. Claro que arranjar
um tapete que tape uma
bola de neve não é fácil:
exige milhões e milhões
(além, claro, de um descara-
mento desgraçado). Daqui a
pouco, quando o céu nos cair
na cabeça, olharemos para
trás a pensar, “ah, devíamos
ter mudado naquela
altura”... E assim vamos,
empurrando o mal com a
barriga...
Mas – saltando para o
futebol-futebol. Parece que
as condições impostas pelo
míster Jesus ao atual
presidente do Benfica não
terão sido explicadas como
deve ser. Afinal, não são só
“seis ou sete contratações”,
mas uma equipa titular
quase toda nova. Pelo que
vamos percebendo pelos
jornais, haverá um ou outro
jogador que continuará no
onze. Talvez Vinícius,
talvez Grimaldo. Mas essas
serão as grandes exceções.
Até Gabriel é para vender.
Até Pizzi! Até Taarabt...
Como é possível, queridos
leitores? Um jogador
completíssimo, que ataca e
defende como ninguém,
que tanto aguenta a carga
como finta em modo
artístico, que tanto lança
passes milimétricos como
transporta jogo... Por vezes,
o cronista tem de parar e
respirar fundo. Que outubro
nos traga boas notícias,
caramba. Até lá, talvez o
melhor seja atacar o arroz de
lingueirão e animar-me com
o espetáculo basquetebolís-
tico da NBA.
Claro que arranjar
um tapete que
tape uma bola de
neve não é fácil:
exige milhões e
milhões
Afinal, não são
só “seis ou sete
contratações”,
mas uma equipa
titular quase
toda nova
SL Benfica
Domingo, 23 agosto 2020
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