Exame Informática - Portugal - Edição 303 (2020-09)

(Antfer) #1
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Pode parecer, à partida, estranho, mas é verdade:
computadores com sistemas de dissipação
térmica obstruídos ou sujos podem ficar com
o desempenho reduzido. Em situações mais
graves, mesmo muito reduzido. Nos casos
mais extremos, até podem levar a bloqueios
do sistema ou a desligamentos de prevenção.
Isto acontece porque desde há muitos anos
que os computadores incluem sistemas de
proteção que podem desligar a máquina em
caso de sobreaquecimento de modo a evitar
'queimar' os chips. E também desde há vários
anos que os processadores são capazes de
diminuir automaticamente a frequência quando
a temperatura ultrapassa determinado valor –
daí o desempenho da máquina poder baixar em
consequência do aumento da temperatura.
Estes problemas normalmente não surgem em
PCs novos, com menos de dois ou três anos de
utilização. No entanto, com o passar do tempo,
é natural que se acumule sujidade no sistema
de dissipação térmica. E é simples de perceber
porque é que isto acontece: as ventoinhas que
aspiram ar fresco para dentro da máquina para
arrefecer os componentes também aspiram
detritos presentes no ar ou na zona em redor do
PC. Pó, cabelos e outras sujidades acabam por
ficar retidos dentro dos canais de refrigeração
e nas ventoinhas, o que diminui o caudal de ar
movido (quanto maior for a sujidade acumulada,
menos espaço há para passar o ar) e diminui
também a transferência de calor dos dissipadores
para o ar (os detritos presos funcionam como uma
barreira térmica entre o dissipadores metálicos
de grande condutividade e o ar). Este é um
problema muito mais evidente nos portáteis do
que nos PCs de secretária.
A solução passa por limpar o melhor possível
os sistemas de dissipação térmica. Nos PCs de
secretária, onde o acesso ao interior costuma
ser facilitado, abra a máquina (com a energia
desligada) e, recorrendo a pincéis e/ou escovas
de limpeza, remova o pó e outros detritos das
ventoinhas, dissipadores (partes em metal por
baixo das ventoinhas), entradas e saídas de ar.
Em muitos casos, o melhor é recorrer
a sopradores de ar comprimido ou a
aspiradores – cuidado para não aspirar peças.
Nos portáteis nem sempre é fácil aceder ao
interior. Use uma escova ou pincel para libertar a
sujidade das entradas e saídas de ar. Há escovas
criadas para este trabalho, que permitem uma
limpeza mais profunda – permitem penetrar
os canais criados pelos dissipadores. Mas um
pincel estreito e com filamentos longos pode ser
suficiente. Pode juntar três ou quatro fios de nylon
para criar um género de pincel muito longo que
permitirá libertar detritos que estejam mais longe
das entradas e saídas do ar do portátil.


Entre os dissipadores e os chips a arrefecer é aplicada uma
pasta térmica que tem por objetivo melhorar a condutividade
entre os dois elementos. Em máquinas mais antigas, esta
pasta pode ter perdido a eficiência, reduzindo a condutividade
térmica (deixa passar menos calor dos chips para os
dissipadores). Em situações limite, até pode acontecer que
a pasta passou a ser uma barreira à condutividade. Nestas
situações, a resolução do problema já não passa apenas por
uma limpeza, por mais aprofundada que seja, mas sim por um
verdadeiro recondicionamento do sistema de dissipação. Isto
porque trocar a pasta térmica exige desmontar o sistema de
dissipação. Só assim é possível remover a pasta antiga e aplica
nova pasta. Um processo complexo, que não recomendamos
que seja realizado por utilizadores com pouca experiência
em mexer nas 'entranhas' do computador, sobretudo se for
portátil. Se a limpeza não resolver o problema, o melhor será
levar a sua máquina aos profissionais.

MENOS PÓ,


MAIOR VELOCIDADE


RENOVAR A PASTA TÉRMICA


A pasta
térmica, que ‘liga’
o processador
aos dissipadores,
perde características
ao longo
dos anos
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