10 de setembro de
2020
A morte da Dersa
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O lançamento do edital para retomada das obras do trecho norte do Rodoanel,
anunciado na quarta-feira, 9, pelo governador de São Paulo, João Doria, é apontado
dentro do governo como o “atestado de óbito” da Dersa. Isso porque a conclusão dos
44 quilômetros de via, que deveriam ter sido entregues em 2016, será gerenciada pelo
Departamento de Estradas de Rodagem, o DER, uma autarquia, e não mais pela estatal
envolvida em uma série de escândalos de corrupção nas gestões tucanas. O dinheiro
desviado no trecho sul, concluído em 2010 pelo ex-diretor Paulo Vieira de Souza, o
Paulo Preto, ajudou a abastecer contas pessoais de políticos e campanhas do PSDB. Já
o trecho norte foi paralisado em 2018, após a prisão da cúpula da Dersa pela Lava Jato
paulista, por suspeita de superfaturamento para favorecer empreiteiras como a OAS.
Nele, já foram gastos cerca de 10 bilhões de reais. A estimativa, agora, é de que a
conclusão prevista para 2022 onere os cofres públicos em mais 1,6 bilhão. Mesmo sem
obras e com projeto de extinção já aprovado pela Assembleia Legislativa, a Dersa deve
continuar existindo no papel por mais alguns anos por causa das ações trabalhistas e,
claro, criminais.
Adriano Machado/Crusoé
Edital de Doria para retomada das obras do Rodoanel decretou o fim da Dersa
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