Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1

Após Bolsonaro enterrar Renda Brasil, Guedes prioriza nova CPMF


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Bernardo Caram e Alexa Salomão


BRASÍLIA E SÃO PAULO - Após a interdição do debate
no governo sobre o Renda Brasil, o ministro Paulo
Guedes (Economia) reprogramou as prioridades da
pasta. Decidiu antecipar o cronograma de reforma
tributária do governo, com medidas atreladas à criação
de um imposto sobre transações aos moldes da extinta
CPMF.


Alista de ações deve incluir desoneração ampla da folha
de pagamentos para trabalhadores com remuneração
de um salário mínimo, ampliação da faixa de isenção do
Imposto de Renda, corte de imposto para produtos da
linha branca e ainda um benefício a igrejas.


O ministro afirmou a interlocutores que chegou a hora
de lançar a proposta, considerada polêmica e que sofre
com restrições no governo e no Congresso. Até então, a
medida estava em banho -maria, sob a avaliação de
que poderia tumultuar o andamento de outras propostas
no Congresso. Para ele, agora foi aberta uma chance
de emplacar o novo tributo.


Está em avaliação apresentar o texto diretamente ao
Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-
RJ), é abertamente contrário à proposta.

Esta terça-feira (15) foi tensa para a equipe econômica.
O presidente Jair Bolsonaro criticou medidas que
poderiam afetar parcelas vulneráveis da população com
o objetivo de criar o Renda Brasil. Ele já havia vetado a
extinção de programas existentes hoje para bancar o
programa. Agora, proibiu o fim da correção de
aposentadorias, o que abriria espaço no Orçamento.

"[A] Quem porventura vier a apresentar para mim uma
medida como essa eu só posso dar um cartão vermelho
para essa pessoa", disse Bolsonaro nesta terça-feira
(15).

Em videoconferência nesta terça, Guedes minimizou a
afirmação do presidente.

"O cartão vermelho não foi para mim. [...] A reação do
presidente foi política, correta", afirmou o ministro.

Após a ordem de Bolsonaro, Guedes pediu a sua
equipe para abandonar os estudos sobre o programa
social e acelerar o conjunto de propostas tributárias, que
já vinha sendo formulado na pasta.

Ele afirmou a interlocutores que quer resolver vários
problemas em apenas um pacote.

A ideia é encerrar, por exemplo, a discussão sobre a
desoneração de alguns setores com a proposta que
reduz encargos para todas as empresas.

Segundo relatos, ele disse que o pacote também pode
contemplar igrejas, após o veto presidencial que barrou
benefício a essas entidades.

O plano também deve incluir uma ampliação para R$
3.000 da faixa de isenção do Imposto de Renda. Seria
apresentada ainda uma medida para cortar a cobrança
de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) da
Free download pdf