Clipping Banco Central (2020-09-16)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Chicago. Com o morte do pai, em 1948, herdou, ao lado
do irmão mais novo, Gilberto, o banco.


Em 1971, os dois irmãos cindiram o Banco da Lavoura.
Aloysio ficou com os ativos que se tornaram o banco
Real, e Gilberto, com o Banco Bandeirantes.


Avesso a manchetes, Aloysio nunca foi de frequentar
rodas da high society. De tão discreto, foi apelidado de
"banqueiro invisível" por Delfim Netto. O papel de
aparecer nas colunas sociais cabia à esposa Cléa
Dalva, com quem ficou casado por sete décadas, até a
morte dela, três anos atrás. O banqueiro teve 5 filhas e
17 netos.


Tinha paixão por artes e cavalos. Nos anos 1960, Faria
importou cavalos árabes dos EUA, ampliando a
disseminação da raça no Brasil. Foi diretor do Museu de
Arte Moderna de Belo Horizonte e do Museu de Arte de
São Paulo. Sua esposa era colecionadora de esculturas
e quadros e tinha obras originais de Portinari, Djanira e
Maria Leontina. Nos últimos anos, Faria realizou
doações milionárias para saúde e educação. Mesmo
afastado da medicina, nunca deixou o assunto
totalmente de lado.


Reações. O presidente do conselho de administração
do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, lembrou o
caráter visionário do banqueiro. "Em seus 100 anos de
vida e trabalho, Aloysio Faria jamais buscou cultuar sua
própria personalidade, preferindo valorizar as marcas
que criava. (...) Amealhou admiradores e seguidores.
Com tantos feitos, destacava, da vida, a importância da
simplicidade", disse, em nota.


Na visão do presidente do Itaú Unibanco, Cândido
Bracher, Faria foi um dos responsáveis "pela
modernização do setor bancário no Brasil". "É um
daqueles brasileiros que serão lembrados por terem
dedicado sua vida a empreender, a construir algo
relevante, o que fez com êxito em diferentes áreas."


O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, também
ressaltou o comprometimento do banqueiro e
empresário com o desenvolvimento nacional. "Suas


realizações continuarão a inspirar as novas e futuras
gerações de líderes do nosso Brasil."

"O País perdeu hoje um dos seus grandes
empreendedores. Vai fazer falta no agronegócio, no
setor financeiro e no processo de internacionalização do
Brasil. Dr. Aloysio Faria foi um dos pioneiros na
internacionalização do País", afirmou Marcello Brito,
presidente da Associação Brasileira do Agronegócio
(Abag), que trabalhou por 23 anos na Agropalma.

Executivos do grupo. Uma das características de Faria
era o investimento de longo prazo nos talentos de seu
conglomerado de empresas. O presidente do conselho
de administração do grupo Alfa, Christophe Cadier,
atuou ao lado do banqueiro ao longo dos últimos 27
anos. Ele foi convidado pelo próprio Faria no início
deste ano para assumir seu atual cargo. "Dr. Aloysio
tinha valores extremamente fortes em termos de ética,
responsabilidade e confiança. Não é à toa que os
executivos que estão no comando hoje são pessoas
que trabalham com ele há décadas. Como empresário,
era um visionário, um homem muito à frente de seu
tempo", disse ele ao Estadão.

Para Fabio Amorosino, presidente do conglomerado
financeiro Alfa, que também atua há duas décadas no
grupo, ensinou a equipe a "fazer as coisas de maneira
simples". "Ele sempre dizia que o ser humano tem a
tendência de complicar as coisas e que cabe a cada um
torná-las mais simples", lembra. "Além disso, deixa um
exemplo de altruísmo, discrição, simplicidade e
empreendedorismo."

Já Beny Fiterman, presidente das empresas não
financeiras do conglomerado Alfa, conta que teve a
oportunidade de trabalhar em diferentes empresas do
grupo ao longo dos últimos 27 anos, tendo uma carreira
variada dentro de um mesma holding. "Ele deixa um
exemplo de perseverança, força de vontade, foco,
valorização do trabalho e da capacitação da equipe. É
uma grande inspiração para quem trabalhou
diretamente com ele e também para os demais
funcionários."
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