FábiaOliveira
O FILHO DO REI
‘Me apego a Deus
D
evoto de Nossa Senhora e
Santa Luzia, Dudu Braga tem
rezado e acendido as suas
velas pedindo proteção e saúde.
Aos 51 anos, o produtor trava uma
batalha contra um câncer no pân-
creas há um ano e meio e é a tercei-
ra vez que os médicos conseguem
detectar o tumor no início e come-
çar um tratamento para a cura.
Filho do rei Roberto Carlos, ele
conversou com a coluna e revelou
que está bem e já está fazendo as
sessões de quimioterapia. Dudu
também contou que o cantor ficou
muito abalado quando recebeu a
notícia da volta da doença do
herdeiro chamado carinhosamente
de ‘Segundinho’, mas tem lhe dado
força. “Paizão agora está para cima
e ele me falou ‘vamos embora...
estamos aqui para levantar a cabe-
ça’. O meu pai ficou arrasado, mas
está comigo”.
DIVULGAÇÃO
N (^) A gente vê um Dudu Braga tão sol-
to, tão desenvolto nas lives... Quan-
do você descobriu esse seu lado de
comunicador?
L (^) (Gargalha). Quando a gente faz o que
ama. O meu pai... Puxa vida! As pessoas
pouco se lembram, mas ele foi apresen-
tador. O meu pai não era só um can-
tor! Ele apresentava, e muito bem, um
programa lá atrás e eu acho que herdei
isso dele. Eu não canto nada. Eu herdei
esse lado comunicador, esse gosto pela
apresentação e acabo me saindo bem
nas lives.
N (^) Dá para perceber que você curte
esse trabalho junto aos fãs. As lives
têm sido até mais frequentes, não é?
L (^) Sim. Eu gosto muito e sempre gostei.
Faço um programa de rádio há mais
de 20 anos. Eu era muito tímido e eu
fui ficando mais solto com o tempo. O
rádio é um veículo de comunicação ma-
ravilhoso que me fez e faz bem. Como
eu falei antes, tem aquela história do
meu pai que tem essa coisa de comuni-
cador. Ele deixou um pouco essa ques-
tão e agora só nos shows que faz um
pouco isso. Eu gosto de conversar com
as pessoas, com o público antes das
apresentações.
N (^) Esse é seu terceiro câncer...
L (^) Na verdade, eu nem posso falar que
é o terceiro porque é o mesmo. O meu
câncer primário é um câncer de pân-
creas, ele deu uma reaparecida há uns
seis meses, mas uma radioterapia re-
solveu porque era bem pequeno, estava
no início. Apareceu agora de novo, que
provavelmente são pontos que estão
Maluf ] e começamos o tratamento. A
segunda vez e agora foram descobertas
por exames mesmo.
N (^) E como o Roberto Carlos reagiu?
L (^) Ele ficou muito assustado, ficou arra-
sado. Pai é pai e ele é muito guerreiro.
Mas o paizão agora está para cima. Ele
falou ‘vamos embora... estamos aqui
para levantar a cabeça’. Ele ficou arra-
sado, mas está comigo e é tipo matar no
peito e ir embora.
N (^) E seus fãs? Ficaram assustados?
L (^) Sim. Eles ficaram bastante assusta-
dos e os fãs do meu pai também porque
todos têm uma relação muito próxima
comigo... Me acompanham há anos!
Eu procurei tranquilizar todo mundo.
N (^) Você também é muito transparente.
Não tinha como esconder?
L (^) Eu sou transparente e eu estou aqui.
N (^) Você vai se ausentar das redes
sociais e do seu programa de rádio
durante o tratamento?
L (^) Não vou. Quero manter as pessoas in-
formadas sobre o meu estado de saúde.
Faço as minhas
orações e acendo
as minhas
velinhas para
Nossa Senhora
e Santa Luzia.
Eu sou muito
espiritualizado,
mas sou um cara
também com os
pés no chão”
e não questiono’,
diz Dudu Braga
sobre novo câncer
ligados ao câncer de pâncreas. Os mé-
dicos mesmo falaram, mas eles não de-
ram certeza e também não quiseram es-
perar para ver ser era o mesmo. O cân-
cer de pâncreas é agressivo e não tem
como esperar crescer, não tem como
esperar se a pessoa tem no histórico um
prontuário desse. Então, eu não sei se é
o terceiro. Mas, vamos pra cima.
N (^) Você vai fazer radioterapia ou qui-
mioterapia. Qual é o tratamento?
L (^) Estou fazendo quimioterapia. Come-
cei agora e só fiz uma.
N (^) Como se sentiu?
L (^) Não senti quase nada. Agora perto
da segunda é que começam os enjoos.
São sintomas acumulativos. A primeira
pega um pouco, a segunda mais e aí a
terceira tem uma baqueada maior. Eu
estou bem.
N (^) Dudu, você é muito católico. O
seu pai também é católico. Nesse
momento, você se apega a Deus? Se
questiona ‘por quê’?
L (^) Eu sou muito católico. Me apego a
Deus e não questiono. Claro, não posso
negar para você que receber uma notí-
cia dessa não é legal. Baqueia mesmo
e, por mais que você tenha fé, você fica
assustado. Você pensa muito. Eu não
tenho mais medo de morrer, mas eu te-
nho uma filha que vai fazer cinco anos
agora. Eu penso mais na minha filha,
na minha esposa e no meu pai. É mui-
to doido. Mas, sabe que a fé te ajuda a
curar mais rápido? Eu estou muito po-
sitivo. Faço as minhas orações e acendo
as minhas velinhas para Nossa Senhora
e Santa Luzia. Eu sou muito espirituali-
zado, mas sou um cara também com os
pés no chão. Claro que seria bom não
ter o câncer, mas ter descoberto no iní-
cio foi bom. Essa doença é assim: quan-
to antes você achar, melhores e maio-
res são as chances de cura. A primeira
vez pegou também bem no comecinho,
como agora.
N (^) Como foi descoberto o câncer?
Você sente alguma coisa ou a desco-
berta acontece por conta de exames
de rotina?
L (^) A primeira vez eu senti dores. Foi há
um ano e meio. Eu faço muita ginás-
tica. Senti uma dor nas costas, mas
não parecia muscular. Resolvi ir a um
Pronto Socorro e lá fizeram um exame
de imagem e pegaram um tumor. Foi
sem querer, sabe? Mas, sabe quando
alguma coisa te diz ‘se liga!’? Uma coisa
de Deus. Procurei o médico [Fernando
12 SEGUNDA-FEIRA, 21. 9. 2020 I O DIA