sistema que as torna, ao menos em parte, supérfluas. A questão de
saber se as subsecções são primeiramente grupos totêmicos ou classes
matrimoniais é desprovida de sentido, Uporque as subsecções se difun-
dem sob a forma específica de grupamentos matrimoniais... e como
uma nOva regulamentação do casamento".28 As coisas passam-se, pois.
conforme tínhamos suposto ao nos colocarmos em um ponto de vista
teórico.
O primeiro procedimento para realizar esta adaptação é um ajus-
te progressivo do vocabulário ao sistema, o que só teve um êxito parcial.
Têm·se com efeito o sistema seguinte de subsecções:
AI TJANAMA nonogu -- TUlAMA nauela 81
~ V
A2 TJrMIJ nomij -- DJANGALA nangalo 82
CI TJAMIRA nomira -- TJAlIERI nalyeri DI
C2 DJABID.JIN DJANGARI
nobidjin -- nongari^02
Figura 8
Maiúsculas: subsecções masculinas.
Minúsculas: subsecções femininas. As
flechas indicam a filiação matrilinear
indireta, o sinal = indica os casamentos
preferenciais.
No novo sistema, um Tjanama deve considerar uma nauola como
a única esposa possível (ganha de passagem a filha do filho de sua irmã,
que será habitualmente nauola). Ao mesmo tempo continua a considerar
uma prima cruzada classificatória (neste caso nangala), como cônjuge
apropriada. Da mesma maneira um Tjalyeri hesitará entre uma namira
e uma nabidjin. Parece, pois, que nos dirigimos para uma poligamia
fundada sobre a acumulação das alianças antigas (primas cruzadas elas-
sificatórias) com as alianças novas (filha do filho da irmã, filha da fi-
lha da filha do irmão da mãe). Daí resultam dificuldades que apaixo-
nam os indígenas e que lhes parecem, conforme Stanner observa a pro-
pósito de outro fenômeno, "como enigmas dos quais só outros possuem
a solução". n Assim, em um sistema de oito subsecções normal, o neto
reprOduziria a subsecção do pai de seu pai pelo casamento com a fi-
lha da filha do irmão da mãe da mãe. A hesitação dos Marimbata entre
o sistema tradicional e a nova ordem leva praticamente a identificar,
como cônjuge possível, a filha do irmão da mãe e a filha da filha do
irmão da mãe da mãe, isto é, que para Tjanama:
nangala = nauola
Assim um homem Tjimij casa-se com uma mulher namij. O pai pretende
que sua filha é nalyeri (o que é a subsecção "conveniente"). Contudo,
- W. E. H. Stanner, op. cit., p. 198.
- Ibid., p. 204·205.
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