Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto - Estatística (2002, Editora Blucher) - libgen.lc

(Flamarion) #1

76 ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS


Procedemos de forma análoga se desejamos estimar uma proporção populacional com
determinada confiança e dada precisão. No caso de população suposta infinita, da expressão
( 4 .35), podemos obter


n = (z;;2 r p(l-p). (4.40)


O obstáculo à determinação do tamanho da amostra por meio da expressão ( 4 .40) está
em desconhecermos p e tampouco dispormos de sua estimativa p', pois a amostra ainda
não foi colhida. Essa dificuldade pode ser resolvida através de uma amostra-piloto,
analogamente ao caso descrito para a estimação de μ, ou analisando-se o comportamento
do fator p(l - p) para O$ p $ 1. Vê-se facilmente que p(l -p) é a expressão de uma
parábola cujo ponto de máximo é p = 1/2, conforme ilustrado na Fig. 4.3.


Figura 4.3
Gráfico de p(1 - p).

p(1 -p)

Ora, se substituirmos, na expressão (4.40), p{l - p) por seu máximo valor, 1/4,
seguramente o tamanho de amostra obtido será suficiente para a estimação, qualquer que
seja p. Isso equivale a considerar

(4.41)

Pelo mesmo raciocínio, se sabemos que seguramente p $ p 0 < 0,5 ou p ~ p 0 > 0,5,
podemos usar o limitante p 0 ao invés de p, na expressão ( 4.40), obtendo um tamanho de
amostra suficiente, pois teremos então p( 1 -p) $ p 0 ( 1 -p 0 ), conforme se percebe facilmente
da Fig. 4.3.

Evidentemente, usando-se a expressão ( 4 .41), corre-se o risco de dimensionar uma
amostra bem maior do que a realmente necessária. Isso ocorrerá se p for, na realidade,
próximo de O ou 1. Se o custo envolvido for elevado e proporcional ao tamanho da amostra,
será desejável evitar que tal fato ocorra, sendo mais prudente a tomada de uma amostra-
piloto. Inversamente, em muitos casos, é preferível, por simplificação, proceder conforme
indicado, com base em uma limitação superior para o fator p ( 1 -p).
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