passado décadas no Parlamento, ele se embananava com perguntas simples,
como quando foi questionado por uma pessoa no aeroporto sobre o que
pensava do tripé macroeconômico (metas de inflação, superávits fiscais
primários e regime de câmbio flutuante). Ele não soube responder, e o vídeo
viralizou.
Bolsonaro chegou a receber o apoio de um economista de Brasília, um
profissional de terceira linha que passou a se apresentar como o guru da
economia do candidato. Mas o mercado reagiu mal. Foi então que colocaram
o Paulo Guedes na história. O mercado reagiu bem, subiram as ações, subiu a
Bolsa, e o Onyx percebeu que essa poderia ser a fórmula para montar outros
ministérios. Bolsonaro começou a crescer nas pesquisas. Ele adorou aquilo e
o crédito foi todo para o Onyx.
Logo o Onyx se tornou uma espécie de guia político do Bolsonaro. Foi ele
quem levou o Bolsonaro e o filho Eduardo para a Coreia do Sul, para que
aprendessem sobre o modelo educacional que tinham adotado naquele país.
Fez isso para que o Bolsonaro, quando perguntado sobre educação, não
precisasse se estender em explicações que não saberia dar. Então a fórmula
era dizer: “Viajei para a Coreia do Sul e vou implementar aqui um sistema
parecido”. Ficaria bem com a classe média. Ele não tinha um nome como o
de Guedes para essa área. Na educação, em vez de um nome, a referência
dele era um país.
Foi nesse contexto que o Onyx me chamou para conversar. Ele precisava
de alguém na área da saúde para dar uma assistência ao Bolsonaro. Quatro
anos antes, eu já tinha feito sugestões para os programas de governo do Aécio
e do Eduardo Campos, esse tipo de consultoria não era novidade para mim.
Eu estava na marquise da Câmara dos Deputados fumando meu cigarro
quando o Onyx apareceu com o Bolsonaro e o filho dele, Eduardo, e pediu
que eu falasse um pouco sobre saúde para eles. Fiquei ali alguns minutos
antfer
(Antfer)
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