Luiz Henrique Mandeta - Um Paciente Chamado Brasil

(Antfer) #1

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Para ser ministro, você tem que ter o apoio das frentes parlamentares
temáticas referentes à pasta que almeja, coisa que eu tinha. Venho de um
partido que não tem uma trajetória de peso nas políticas públicas sociais,
porque a saúde é um campo tradicionalmente da esquerda. E sou de um
estado conservador, o Mato Grosso do Sul. Eu me considero um político
atípico, porque mesclo essas características com uma atuação em políticas
sociais, e isso acabou se configurando uma boa solução política, técnica e
ideológica.
Mas eu tinha receio dessa indicação, porque eu respondia a um processo de
quando fora secretário de Saúde de Campo Grande. Aquilo me irritava, nunca
mexi com dinheiro dos outros, mas iriam vasculhar a minha vida inteira
quando saísse a nomeação, e aquilo poderia ser usado contra mim.
Dias depois do passeio de barco, me encontrei com a equipe de transição
do governo em Brasília. Ronaldo Caiado e Wilson Witzel, eleito governador
do Rio de Janeiro, estavam lá. Eles nos chamaram numa sala e encontrei
Flávio Bolsonaro, Onyx e o presidente, comendo um sanduíche do
McDonald’s, apressado porque iria pegar um avião. Bolsonaro falou:
“E aí? Está pronto para ser ministro? Posso anunciar?”
“Não, presidente”, respondi. “Vamos conversar. Queria conversar antes.”
Já atrasado, ele levantou e foi embora. Caiado ainda me disse:

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