Luiz Henrique Mandeta - Um Paciente Chamado Brasil

(Antfer) #1

Saúde da Família, criando uma carreira com vínculo CLT e todos os direitos e
deveres decorrentes disso, com remunerações variáveis para as áreas de
difícil provimento, transformando os indicadores da saúde de cada localidade.
Depois, houve uma nova estruturação da atenção básica, mantendo a lógica
de repasse de recursos per capita, mas introduzindo o financiamento por
metas pactuadas e alcançadas — a meu ver, uma verdadeira revolução na
maneira como os recursos públicos eram alocados.
O Programa de Informatização plena do SUS foi o quinto passo.
Começamos por um projeto piloto no estado de Alagoas, um desafio de
conexão, modernização e integração de todos os sistemas de informática do
ministério. Foi o início do Prontuário Eletrônico Universal a ser utilizado
pelo sistema público e privado, o que garantiria a medição e o controle do
sistema.
O sexto e último passo da atenção primária foi a capacitação de 340 mil
agentes de saúde e endemias em curso técnico, o que daria uma nova
dimensão ao controle de hipertensão, diabetes, obesidade e outros agravos
que tanto sobrecarregam o sistema. Este último passo estava aprovado e se
iniciaria em 2020 (com conclusão prevista para 2021). Geraria um impacto
absoluto no cuidado das pessoas.
A média e a alta complexidades estavam sendo planejadas para 2020. A
divisão do país em consórcios intermunicipais de aproximadamente 1 milhão
de habitantes, com diagnóstico de rede e recomendação de investimento nas
linhas de cuidado subdimensionados ou ausentes, levaria a atenção
especializada em escala para todas as regiões. Esse era o grande desafio para
este ciclo do ministério. Mas, com a pandemia, medidas de urgência tiveram
que ser tomadas, e na sequência aconteceu a minha saída do ministério. A
maior parte das ações que descrevi aqui foram interrompidas, desaceleradas

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