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No dia seguinte, logo cedo, eu encontrei o ministro da Economia, Paulo
Guedes, que estava muito animado com o próprio desempenho no evento. Ele
classificou sua fala no Fórum como um sucesso extraordinário. Visivelmente
sem interesse, perguntou como estava sendo minha participação na área da
saúde, e respondi que estava em contato com vários CEOs de companhias
farmacêuticas em busca de oportunidades de colaboração com o governo
brasileiro. Contei que a maioria delas tem sede na Suíça ou na Alemanha,
entorno de onde estávamos, e comentei que o lobby delas é muito forte na
OMS.
Guedes concordou e seguiu para sua agenda, e eu me dirigi a meus
compromissos.
Na quarta-feira, 22 de janeiro, fui convidado para um jantar com umas
quatrocentas pessoas, representantes das Américas (ministros de Estado,
investidores e empresários com negócios no continente americano). O
discurso da noite seria feito pelo presidente da Colômbia, Iván Duque
Márquez, e, antes dele, ouvimos um empresário venezuelano. Ele falou sobre
as dificuldades em seu país, dizendo sofrer perseguições, ameaças de
sequestro e contando como resistia à tirania do governo do presidente Nicolás
Maduro. Em sua fala, Duque pediu para que os presentes manifestassem
apoio ao líder oposicionista da Venezuela, Juan Guaidó.