dos melhores centros de diagnósticos do país, ainda não estava habilitado
para testar o novo coronavírus. Determinei, então, que se fizesse uma
contraprova no Instituto Adolfo Lutz.
Saí do Mato Grosso do Sul às cinco horas da manhã da quarta-feira de
Cinzas e cheguei à capital federal por volta das oito horas. O Instituto Adolfo
Lutz confirmou o que a gente já suspeitava, era realmente o primeiro registro
do novo coronavírus no Brasil. Após a confirmação, o Ministério da Saúde
habilitou o Fleury para também começar a fazer os testes, afinal, a cautela da
contraprova era para saber se a técnica que tinha sido usada era a mesma do
Adolfo Lutz. Isso estava no nosso protocolo. Nesse mesmo dia, convoquei
uma entrevista coletiva para dar a notícia ao país.^4
Nesse primeiro caso, o paciente foi tratado em casa, em isolamento. Sua
esposa foi classificada como caso provável, mas não desenvolveu a doença.
Dos 32 parentes que estiveram no almoço de família com o primeiro
contaminado, quatro desenvolveram a doença. Esses quatro contaminaram
outras seis pessoas. Conseguimos fazer o bloqueio até a quinta fase de
contato. Foi um trabalho muito consistente do ponto de vista técnico, porque
conseguimos rastrear todos os nexos com uma amplitude bem grande, mas ali
já ficava demonstrado que não era um vírus passível de ser conduzido
daquela forma. O novo coronavírus, estava claro, tinha uma capacidade de
transmissão extremamente rápida.
Naquele dia 26 de fevereiro, o dia do registro do primeiro caso no Brasil,
eu parei de fumar. Comecei com o cigarro aos vinte anos e apaguei a última
bituca no cinzeiro aos 55. No ministério, eu costumava ir do gabinete até o
estacionamento para dar minhas baforadas. Quem queria despachar comigo
sabia que eu fumava a cada uma hora e meia, e que aquele era um bom
momento para conversar. Mas, quando o novo coronavírus chegou por aqui,
pensei: “A situação vai se complicar muito, e o cigarro está me
antfer
(Antfer)
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