epidemia no Brasil. Minha agenda, além das reuniões diárias para a análise
dos números e coletivas, incluía conversas com diretores e representantes de
entidades, comissões, organizações, deputados, senadores, membros do
governo, e não só da área da saúde. Esse era, afinal, um problema que afetava
a todos.
Neste mesmo dia 11, Fábio Wajngarten colheu material para testar se
estava infectado. No dia seguinte, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que
Sophie Wajngarten, esposa de Fábio, anunciara em um grupo de WhatsApp
que o marido havia testado positivo para o novo vírus. O secretário de início
negou a informação, mas o fato é que a covid-19 havia chegado ao primeiro
escalão do governo Bolsonaro. Os senadores Jorginho Mello e Nelson Trad
foram correndo me procurar, preocupados de terem contraído a doença
porque estavam na comitiva. Eu disse a eles que observassem sintomas e se
isolassem, e mantive distância dos dois. Na minha sala havia uma poltrona
exclusiva para mim, que ficava a uns três metros de distância dos outros
assentos, justamente para tentar me proteger.
Nesse contexto, fui convidado, nesse mesmo dia 11, para ir à Câmara dos
Deputados falar sobre o novo coronavírus e o problema da epidemia no
Brasil, entre outras coisas. Os deputados estavam todos em plenário. Quando
vi aquele cenário, pensei: “não entro ali nem morto”. Político adora se
abraçar, pegar, falar de pertinho. Eles estavam completamente alheios ao que
acontecia. Claro que acompanhavam os noticiários, mas talvez achassem que
o problema não iria atingi-los.
Essa audiência pública contou com a participação de várias pessoas, como
a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a deputada Carmen Zanotto,
relatora da Comissão Externa que acompanharia as ações de prevenção ao
novo coronavírus, Alexandre de Menezes Rodrigues, representante do
Conselho Federal de Medicina, Tayse Brandão Figueiredo, representante da
antfer
(Antfer)
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