Clipping Banco Central (2020-10-15)

(Antfer) #1

Chefe da Palmares diz que Marina é negra 'por conveniência


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - Gestão Pública

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são paulo O presidente da Fundação Cultural Palmares,
Sérgio Camargo, afirmou na terça-feira (13) em uma
rede social que a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-
senadora Marina Silva (Rede), os deputados David
Miranda e Talíria Petrone (ambos do PSOLRJ), o ex-
deputado Jean Wyllys e a cantora Preta Gil decíaram-se
negros "por conveniência" e que nenhum político vivo
merece homenagem da instituição.


Segundo Camargo, Marina Silva foi excluída da lista de
personalidades negras da Fundação Palmares porque
"não tem contribuição relevante para a população negra
do Brasil".


"Disputar eleições não é mérito. O ambientalismo dela
vem sendo questionado e não é o foco das ações da
instituição", escreveu Camargo no Twitter.


Para o presidente da fundação, criada em 1988 com o
objetivo de preservar a cultura negra, Marina Silva
"autodeclara-se negra por conveniência política".


"Não é um caso isolado. Jean Willys, Talíria Petrone,
David Miranda (branco) e Preta Gil também são pretos


por conveniência. Posar de "vítima" e de "oprimido"
rende dividendos eleitorais e, em alguns casos,
financeiros", disse.

Marina não é a primeira a ter seu nome retirado da lista
por determinação de Camargo. No começo do mês, ele
informou que retirou o da deputada federal e candidata
do PT à Prefeitura do Rio, Benedita da Silva.

Também excluiu o nome de José Francisco dos Santos,
mais conhecido como Madame Satã, que ficou famoso
como um dos primeiros travestis artísticos do teatro
brasileiro, mas que tinha longa ficha criminal - o que foi
usado como justificativa para a retirada.

Além de negar reiteradamente a ocorrência de racismo
estrutural no país, Camargo já defendeu o fim do feriado
da Consciência Negra e a extinção do movimento
negro.

Em junho, em uma reunião gravada, ele chamou o
movimento negro de "escória maldita", disse que Zumbi
era um "filho da puta que escravizava pretos".

No ano passado, Camargo disse que a escravidão
beneficiou os descendentes dos negros escravizados
que vivem no Brasil. "A escravidão foi terrível, mas
benéfica para os descendentes. Negros do Brasil vivem
melhor que os negros da África", afirmou.

Parte das pessoas atacadas pelo presidente da
Fundação Palmares reagiu.

À coluna Mônica Bergamo Marina disse que "quem julga
o valor da contribuição de uma pessoa à sociedade é a
própria sociedade e a sabedoria da história, não é
alguém que se apega ao negacionismo para ter 15
minutos de atenção de sua bolha e da mídia".

"Parafraseando Mario Quintana, existe muita gente
atrapalhando os caminhos do respeito à diversidade e à
democracia, 'eles passarão, nós passarinho", declarou.
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