MÚSICA PARA O SENADO
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O Globo/Nacional - País
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais
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Autor: JULIA LINDNER, LEANDRO PRAZERES E
ISABELLA MACEDO
Em um clima ameno, com mais elogios do que
perguntas, o desembargador Kassio Nunes Marques foi
sabatinado por cerca de dez horas na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) e direcionou sua fala para
o que os parlamentares queriam ouvir. O indicado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) se definiu como
"garantista", defendeu que a prisão em segunda
instância não pode ser aplicada de forma "automática" e
fez discurso para o público conservador, de onde
recebeu mais críticas, usando várias menções a Deus e
recitando um salmo. Acabou aprovado com facilidade
na CCJ, 22 a 5, e também no plenário, 57 a 10. Resta
agora apenas marcar a data da posse. Veja os
principais temas abordados:
GARANTISMO:
Ele disse que se considera um magistrado "garantista",
em referência à corrente jurídica conhecida pela ênfase
no respeito aos direitos dos réus. Essa vertente é
criticada por juristas e alguns políticos que a vinculam à
impunidade. Mas para o novo ministro, essa visão deve
ser exaltada: - Se me considero garantista? Sim, tenho
esse perfil. O garantismo deve ser exaltado porque
todos os brasileiros merecem o direito de defesa.
Todos os brasileiros, para chegar a uma condenação,
devem passar por um devido processo legal. Isso é o
garantismo.
SEGUNDA INSTÂNCIA:
Kassio Marques fez uma sugestão aos senadores para
que haja uma calibragem na proposta que trata da
prisão após condenação em segunda instância para
evitar possíveis injustiças. Ele defendeu que é
necessário fundamentar a necessidade de se antecipar
a execução da penei, levando em conta antecedentes
criminais.
Se de um lado temos um criminoso habitual (...) e do
outro lado um pai de família, empregado, com
residência fixa e sem antecedentes, mas que se
envolveu em uma briga próximo a sua casa de natureza
grave, naquela condenação de segunda instância, se
não dermos a possibilidade de fundamentar uma
decisão de recolhimento, iríamos aplicar em sede desse
automatismo o recolhimento dessas duas pessoas -
disse o desembargador, ressaltando que considera o
assunto de competência do Congresso.
PLÁGIO E CURRÍCULO:
Questionado por parlamentares, Kassio Marques
rebateu a suspeita de ter cometido plágio na sua
dissertação de mestrado, em 2015, afirmando que
trocou arquivos com o advogado Saul Tourinho, o que
explicaria o nome deste constar como "dono"
do arquivo e o trabalho estar registrado em nome do
escritório Pinheiro Neto Advogados, onde Saul
trabalhou.
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