Bancos apostam em digitalização e baixo custo para atrair MEIs
Banco Central do Brasil
O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança
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Autor: Anna Barbosa
O Brasil bateu neste ano a marca de 10 milhões de
microempreendedores individuais (MEIs) e, de olho
nessa fatia do mercado, bancos tradicionais e fintechs
passaram a customizar contas bancárias para atendê-
los. Juntas, as instituições disputam esse
empreendedor, que é quase pessoa física, muitos
autônomos e profissionais liberais, e devem ter
faturamento anual de até R$ 81 mil.
Para atrair os clientes, os bancos e as fintechs
entenderam que o processo deveria incluir baixo custo,
digitalização e pouca burocracia - em muitos deles, é
possível abrir a conta a partir do celular. Entre as
novidades mapeadas pelo Estadão PME, o custo para a
manutenção de algumas contas é zero.
Essas contas customizadas não são facilidades apenas
das fintechs. Bancos tradicionais também vêm
buscando atrair o público. "No Brasil, é crescente o
número de microempreendedores individuais. Nós
somos um banco que queremos ganhar mercado,
trabalhar com todos os segmentos", diz Franco Fasoli,
diretor do segmento Empresas & Governos do
Santander.
Para Istvan Kasznar, professor da FGV Ebape (Escola
Brasileira de Administração Pública e de Empresas), a
ampliação de mercado dos bancos e a concorrência são
essenciais para o próprio cliente, já que acarretam o
aumento na eficácia do atendimento, com orientações
direcionadas para o empreendedor, mais velocidade
para o público e para o banco, fidelidade do público e
aumento do número de bancarizados.
Segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva em
2019, cerca de 45 milhões de brasileiros não possuem
conta bancária. O que significa que uma em cada três
pessoas acima dos 16 anos no País é desbancarizada.
Esse grupo movimenta aproximadamente R$ 817
bilhões na economia anualmente.
Para Istvan, as contas customizadas podem ajudar a
reduzir o número de desbancarizados. "A bancarização
é fundamental para manter as pessoas dentro do
sistema bancário e econômico. A capacidade de fazer
com que esse público venha a se bancarizar tornou
muito melhor a escala pública e privada de
atendimentos."
Ao mesmo tempo, para Marcelo Moraes, diretor da área
de PJ da fintech Neon, o principal problema entre os
MEIs são os sub-bancarizados. "O cara que tem acesso
a uma conta poupança, no banco tradicional, não supre
as necessidade do negócio", explica. "Quando você tem
uma conta gratuita, simples, com produtos que falam
com o empreendedor, é uma oportunidade enorme de
fazer uma inclusão financeira desse público." Em 2018,
a Neon lançou a conta Neon Pejota, com foco nos MEIs.
No último mês de setembro, a conta foi relançada como
MEI Fácil, com taxas mais baixas - transação de
boletos, DOC e TED, que eram cobradas, ficaram
gratuitas.
"O MEI tem necessidades específicas que um informal
não tem: pagamento de imposto, declaração de