NOVEMBRO 2020. EXAME. 19
€2 097
MILHÕES
FAMÍLIA DE ALEXANDRE
SOARES DOS SANTOS
Arica Holding, Sociedade Francisco
Manuel dos Santos, Jerónimo Martins
O principal ativo da fortuna conjunta dos
sete filhos de Alexandre Soares dos Soares
continua a ser a participação maioritária na
Sociedade Francisco Manuel dos Santos,
que reúne a família do empresário fundador
do Grupo Jerónimo Martins. A fatia da sua
fortuna já foi mais recheada, em períodos
em que as ações da Jerónimo Martins
atingiram picos acima dos €17 – como foi o
caso de 2013 e de 2017 –, mas, nos últimos
dois anos, este valor tem estado estável na
casa dos 14 euros. Na data da avaliação da
EXAME, a 7 de outubro, a empresa cotava
a €14,23 e tinha uma capitalização bolsista
superior a €9 mil milhões.
Alexandre Soares dos Santos, falecido no
ano passado, aos 84 anos, detinha uma
participação maioritária na empresa que
partilhava com os 11 primos herdeiros do
legado do avô, que comprou em 1920 uma
conceituada mercearia lisboeta, a Jerónimo
Martins, que fornecia a casa real. Foi o seu
empreendedorismo que elevou os negócios
familiares ao topo do ranking dos maiores
patrimónios nacionais, com uma presença
internacional. O Grupo Jerónimo Martins, do
qual a família detém 56%, através da Socie-
dade Francisco Manuel dos Santos, liderado
por Pedro Soares dos Santos, faturou, em
2019, perto de €19 mil milhões, o que repre-
sentou um crescimento de 7,5% face ao ano
anterior. Segundo comunicado da empresa,
a atividade de distribuição cresceu, em 2019,
em todos os mercados em que opera: Por-
tugal, com as marcas Pingo Doce e Recheio;
Polónia, com a marca Biedronka; e Colômbia,
com a marca Ara. A distribuição alimentar
representa 95% das vendas do grupo,
sendo a Biedronka a cadeia com maior peso,
constituindo cerca de 68% das vendas num
total de três mil lojas. Em Portugal, a insígnia
Pingo Doce detém perto de 500 lojas, e a
grossista Recheio 42 unidades de revenda.
Já na Colômbia, a rede de lojas Ara detém
616 pontos de venda. No retalho especiali-
zado, explora a marca Hebe na Polónia e, em
Portugal, a Jeronymo e a Hussel.
Na área da indústria, o Grupo Jerónimo
Martins detém uma parceria com a Unilever
- é dono da marca Azeite Gallo –, e na
agroindústria produz lacticínios da marca
Terra Alegre, carne bovina Angus, através
da Best Farmer, e na aquacultura, através da
Seaculture, que produz dourada e robalo.
€1 173
MILHÕES
FAMÍLIA ALVES
RIBEIRO
Alves Ribeiro Construção, Mundicenter,
Banco Invest, Alrisa
Low-profile, da família de Artur Fernandes Alves
Ribeiro muito pouco se sabe pelos media. A origem do
grupo remonta a 1931, com a fundação da construtora
Alves Ribeiro pelo empresário Artur Alves Ribeiro, ne-
gócio ao qual a família, encabeçada pelos irmãos Vítor
Silva Ribeiro e José Alves Ribeiro, deu continuidade,
transformando-o num conceituado grupo empresari-
al. A construtora que está na origem da fortuna familiar
não é, hoje, o seu maior ativo: ainda assim conta com
um volume de negócios de €135 milhões e um EBIT-
DA de €37 milhões, em 2019. A sua internacionaliza-
ção iniciou-se em 2006, com a constituição de uma
empresa em Angola, sendo que, em 2012, ganhou o
seu primeiro projeto de obras públicas no Brasil.
A sua maior parcela patrimonial provém do negócio da
gestão dos centros comerciais, já que foi fundadora,
em 1983, da Mundicenter, empresa da qual detém
85% do capital. Fazem parte do seu portefólio espaços
comerciais como o emblemático Amoreiras Shopping,
o Oeiras Parque, o Strada, entre outros, negócio que
está atualmente a sofrer o impacto da crise provocada
pela pandemia. Esta área junto com a Alrisa, socieda-
de imobiliária criada em 1987, dedicada à promoção
e gestão de imóveis, e que só em Lisboa detém a
propriedade e gestão de 26 imóveis, conferem a maior
parcela da fortuna da família Alves Ribeiro. O mais
recente projeto imobiliário do Grupo Alves Ribeiro é a
Quinta do Pinhão, próxima da Aroeira e integrada na
rede Natura da União Europeia, um empreendimento
de arquitetura em linhas modernas.
Os irmãos Vítor e José, que entraram na empresa nos
anos 70, conseguiram não só aumentar como ainda
diversificar os negócios para outras áreas de atividade.
A área financeira foi uma delas, com a criação do banco
Invest, 100% participado pela família. Com um produto
bancário de €40 milhões e um resultado líquido de
€12,1 milhões, o banco contribui com uma considerável
fatia para a riqueza patrimonial. O grupo detém ainda o
colégio Pedro Arrupe, na zona do Parque das Nações,
em Lisboa.