32. EXAME. NOVEMBRO 2020
€ 320
MILHÕES
HUMBERTO PEDROSA
Transportes Barraqueiro, RNE, TAP, imobiliário e herdades
Este foi mais um ano em que o nome do
empresário de Mafra, Humberto Pedrosa,
apareceu por várias vezes na comunicação
social. É que mais uma vez a TAP foi um
dos temas quentes deste verão atípico, não
pela temperatura mas pela falta de turistas.
O homem forte do setor dos transportes
e o único acionista privado português na
transportadora aérea acabou por andar às
voltas nesta dança de milhões.
Apesar de não ser o ativo mais valioso do
empresário, a TAP, pelas suas conhecidas
dificuldades financeiras, é, ainda assim,
o mais mediático. Humberto Pedrosa
detém a mesma participação de 22,5%
na transportadora portuguesa, mas agora
de forma direta, através da holding HPGB,
depois da recompra pelo Estado da parte
do sócio brasileiro, David Neeleman, no
consórcio Atlantic Gateway.
Além desta participação, Humberto
Pedrosa detém ainda sob a sua holding
ativos como a RNE, Rede Nacional de
Expressos – que incluiu a EVA Trans-
portes, Frota Azul, Rodoviária de Lisboa,
Rodoviária do Alentejo, entre outras –,
concessões de transportes ferroviários
de passageiros, como a Fertagus, Metro
do Sul e Metro do Porto, e ainda outros
pequenos negócios. O Grupo Barraqueiro
registou um volume de negócios de cerca
de €470 milhões em 2019.
Uma das maiores dificuldades sentida
nas avaliações de património é a falta
de acesso a dados públicos e credíveis
sobre participações acionistas, sobre-
tudo se estão fora do país. A impossi-
bilidade de aceder a contas bancárias,
coleções de artes, entre outros ativos,
torna também a nossa tarefa mais
árdua. Daí que tenhamos em conta
sobretudo o património empresarial
e imobiliário – nos casos em que é
possível aferir a propriedade desse
património.
Muito perto de entrar na lista deste
ano estiveram nomes como Ernesto
Gomes Vieira, sócio da família Jervell
na Ascendum, que acumula uma
fortuna de cerca de 310 milhões de
euros, e António Manuel Gonçalves,
da TMG Group, que acumula uma fatia
de 301 milhões de euros. Abaixo dos
300 milhões há vários nomes a ter em
conta: Paulo Rosado, da Outsystems,
que tem 34% da empresa avaliada
pelo mercado em cerca de mil milhões
de dólares, o que o que lhe confere
uma parcela de 289 milhões de euros,
Rosália Teixeira e família, proprietária
do grupo Porto Editora, que também
inclui a Circulo de Leitores e Bertrand,
e que arrecada cerca de 255 milhões
de euros. Os irmãos José António
e António José Santos, do Grupo
Valouro, valem cerca de 245 milhões
de euros e Luís Amaral, ex-gestor do
grupo Jerónimo Martins e proprietário
de parte da Eurocash, na Polónia, e
da Stock Spirits arrecada uma fatia de
240 milhões de euros. Também João
Serrenho, proprietário do grupo CIN, e
que recentemente se tornou acionista
da Media Capital, que acumula uma
riqueza de 230 milhões de euros está
bem colocado nesta avaliação.
OS QUE FICARAM
DE FORA
Ernesto Gomes Vieira,
da Ascendum, António
Manuel Gonçalves, da TMG,
Paulo Rosado, da Outsystems,
e Rosália Teixeira, da Porto
Editora, são alguns dos nomes
avaliados que estiveram prestes
a entrar no top 25
JOSÉ CARIA
OS 25 MAIS RICOS DE PORTUGAL