(^54) VIAJEMAIS
BÉLGICAÁSIA|MYANMAR
Assim é Myanmar, o país que
divide fronteiras com a China,
Índia, Laos, Tailândia e Bangladesh,
e que se abriu ao turismo somente
em 2011, depois de 49 anos de
ditadura. Os anos pesados são
um passado distante, mas ainda
hoje ocidentais ali são atração
turística. Seja você loiro, moreno,
careca ou cabeludo, acostume-
se: os myanmarenses farão fila
para tirar uma foto com você. E
abrirão um sorriso belo e sincero
como o de uma criança, ao trocar
um olhar, uma palavra ou um
gesto com quem saiu de longe só
para conhecer aquele país onde
mosteiros e templos dourados de
séculos atrás brilham por todo
lado.
Por ser um recente conhecido,
Myanmar não é país para viajan-
tes iniciantes. Será preciso abusar
da mímica e da sola dos sapatos
para encontrar restaurantes, ta-
xistas e casas de câmbio. Mas há
maneiras bem confortáveis de cir-
cular por lá. A minha foi no ele-
gante cruzeiro da Belmond, que
navega de Mandalay a Bagan, a
cidade com maior concentração
de ruínas de templos. A rota, que
levaria apenas 12 horas, é feita
em quatro dias (por US$ 1.652)
por conta da quantidade de tem-
plos e atividades pelo caminho.
O navio está longe de ser um
grandalhão como os de cruzeiros,
o que promove uma experiência
privativa. São só quatro andares e
43 quartos, tão espaçosos quan-
to suítes cinco estrelas. Apesar da
privacidade – éramos em 34 pas-
sageiros –, não se viaja em uma
bolha. A tripulação faz questão
que os viajantes encontrem a
realidade, seja ela bela ou dura:
visitar uma escola de monjas,
conhecer oficinas de artesana-
to, madrugar para levar comida
aos monges, fazer aulas de me-
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