(^74) VIAJEMAIS
flores, é o típico lugar para ficar
papeando sem perceber o sol se
pôr, no clima antiestresse que
pede Chiloé. O Travesía serve
fartos ceviches, polvo grelhado,
merluza com alho e sobremesas
locais inusitadas como o sorve-
te de alho com chocolate e o de
farinha tostada.
ESTRELA DE CHILOÉ
Castro é o lugar das casas em
palafitas, tanto que são seis os mi-
rantes para observá-las. Desses, o
ponto de encontro dos viajantes
é o Mirador Puente Gamboa, o
cartão-postal de Chiloé. Vistas de
longe, elas parecem simples mo-
radias de pescadores, mas deixe a
preguiça de lado e ande até a par-
te de trás, virada para a rua. Você
vai descobrir que as casas são gra-
ciosos restaurantes, cafés, hostels
e galerias, tudo em construções
de madeira, pintadas cada uma
com uma cor diferente.
No checklist de atrativos de
Chiloé também é imprescindí-
vel ir a Quinchao, a mais inte-
ressante ilha do arquipélago,
alcançada em balsa a partir da
Ilha Grande. Quinchao é corta-
da por uma estrada cênica com
curvas que ora exibem o mar,
ora os pastos pontuados por
pequenos vilarejos. Seguindo
ao longo desse caminho onde a
vontade é parar a cada curva (e
isso é fácil), chega-se à mais bela
cidade da ilha: Curaco de Vélez,
cuja praça perfeitinha, com seu
pequeno corpo de bombeiros,
parece feita de playmobil.
É rodeada por mais uma igre-
ja de madeira e por uma feira de
artesanato, onde a lã é a matéria-
--prima para quase tudo: de ímãs
de geladeira a mantas e ponchos.
Ali, homens tomam yerba mate
(nosso chimarrão) e prosam com
quem para ao lado deles enquan-
to rolam longas estacas de ma-
deira preparando a tradicional
chochoca, uma massa de batata
e farinha, recheada com carne de
porco. Quando a batata é subs-
tituída por milho, vira o milcao,
uma espécie de empanada.
Mesmo com o incipiente tu-
rismo, Chiloé não tem pressa de
ser conhecida. É provável que os
brasileiros a descubram logo, já
que uma novela da Globo está
sendo gravada na ilha, com pre-
visão de estreia para 2018. Em-
bora a emissora não confirme, di-
zem que o enredo será a ditadura
no Brasil e a fuga de perseguidos
para o Chile. Realmente, não tem
lugar melhor do que Chiloé para
se esconder por uns dias da reali-
dade em terra firme.
PARQUE NACIONAL DE
CHILOÉ
Com tanta natureza encobrindo
o arquipélago em qualquer canto,
o Parque Nacional de Chiloé, na
costa oeste, acaba ficando em
segundo plano. Mas é claro que é
um passeio cobiçado. Abrangendo
imensas áreas de florestas nativas
(são 450 km^2 ) para serem percor-
ridas na calmaria ao som do mar,
tem uma infraestrutura de primeira:
placas por todo lado, centro de
visitantes, museu e um restaurante
na beira do lago são algumas das
facilidades. Há trilhas pelos bos-
ques ou até a praia, e algumas são
tão fáceis que os idosos europeus
são presença certa.
O Parque Nacional está locali-
zado a 54 km a oeste de Castro. No
caminho, não passe reto pelo Lago
Huilinco. Remar caiaques, comer
empanadas de maçã ou só ficar
contemplando o visual a partir da
ponte são as boas atividades.
À esq., o asado
feito no hotel
Centro de Ócio
um sábado por
mês; acima, uma
das trilhas do
Parque Nacional
NATÁLIA MANCZYK
antfer
(Antfer)
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