Capítulo 5:
Savannah, a jovem
sul-africanaOSolnascenaÁfricadoSul.
Savannah assiste o astro saindo
pordetrásdacolina,dojardimde
sua casa. Um espetáculo único.
Todas as manhãs ela está ali,
maravilhando-se,comumacaneca
decafénamão.
A casa fica na Cidade do
Cabo. Para alguns é um paraíso.
Hotéis com 6 estrelas, passeios
fantásticos, paisagens
deslumbrantes.Savannah conhece
bem o lado cheio de magia da
cidadeondenasceuecresceu,com
conforto e riqueza, mas também
com tristeza, por viver num país
tãocheiodedesigualdades.
Vive com seu avô paterno,
um lorde inglês, que escolheu a
Áfricacomolar,desdeamortede
seuspais,quando tinha 5 anos.O
casaldeativistasacaboumortoem
uma emboscada, enquanto
tentavam resgatar um grupo de
pacificadoresSulAfricanos,quese
encontravam na região do Sudão
do Sul, em meio à maior guerra
civil que dizimou centenas de
milharessudaneses.
Como os pais, Savannah
nuncaaceitouasinjustiçasqueas
diferençasraciaiscriam.Apesarda
peleclara,dosolhosverdesedo
cabeloloiro,elaviveentreosnegros
a quem respeita e admira. O avô
muitasvezestentoupersuadi-laair
morar na Inglaterra, mas a jovem
negou-se. Sempre teve a convicção
dequeesseeraseulugarnomundo
equeerasuaobrigaçãodiminuiras
diferenças.
Estudou medicina e hoje
trabalha numa ONG que trata as
doençasadvindasda fome,dabaixa
nutrição que são uma realidade
assustadora no continente em que
vive. Uma vez por mês, elavai aos
campos de refugiados, levando
alimentos, remédios e ali passa 15
diasemtotaldedicaçãoàsvítimasda
fome.
Naqueledia,apósveronascer
dosol,arrumousuabagagemeficou
aguardandoo veículoque a levaria
aotrabalho.Seriammuitashorasde
viagem, por estradas esburacadas,
provavelmente só chegaria ao
destino ao anoitecer. O dia estava
bonito e provavelmente a viagem
seriatranquila.