Antigos (F B VA). A entidade enviou
ao Denatran a sugestão de incluir o
logo da Fiva (Federação Internacional
de Veículos Antigos) logo abaixo da
bandeira do Brasil, conforme desenho
obtido por QUATRO RODAS.
Outra proposta, vinda de um cole-
cionador filiado à FBVA, é que a placa
do Mercosul tenha fundo preto para
os modelos de coleção. Foi feito um
abaixo-assinado – que já teria mais
de 22.000 assinaturas – para que o
Denatran considere essa petição pú-
blica no momento de atualizar a reso-
lução que regulamenta a categoria.
Para alguns entusiastas, a troca da
placa não é de todo ruim, porque esti-
mula a revisão das regras para obten-
ção de peça diferenciada. A concessão
da placa antiga sempre esteve cercada
de polêmicas nesse sentido. A con-
trovérsia é sobre a outorga da chapa
a veículos antigos modificados – o
que afetaria seu índice de originalida-
de. Não à toa, alguns colecionadores
cunharam o apelido “placa treta”.
“Nesses mais de 20 anos em que a
certificação de originalidade foi con-
cedida, inúmeros oportunistas apa-
receram e concederam a titulação a
veículos que não eram originais ou
não tinham um percentual de origi-
nalidade adequado”, afirma Roberto
Suga, presidente do conselho con-
sultivo da FBVA.
A legislação abre margem para
dúvidas, pois não especifica qual é o
percentual de originalidade aceito ou
como deve ser feita a vistoria de um
modelo clássico para a concessão do
certificado e, consequentemente, a
autorização da instalação da placa.
Em 2016, a FBVA enviou um docu-
mento protocolado ao Denatran pro-
pondo a atualização da resolução 56
com o objetivo de que a identificação
especial não caísse em descrédito.
“Eu estava na câmara temática de
assuntos veiculares e ambientais do
Contran e preparei esse documento
de alteração da resolução 56, que ti-
nha apenas uma página e com atua-
lização foi para quase 30, detalhando
todos os processos e regras para ob-
tenção do certificado de originalida-
de”, conta Larson Orlando, servidor
público do Detran/PR e membro da
câmara do Contran na época.
Segundo Orlando, a mudança na
resolução ainda não foi aprovada, mas
tem chance de entrar em vigor graças
às alterações no Código Brasileiro de
Trânsito que vão valer a partir de abril
de 2021. Do texto da lei consta a re-
gulamentação de veículos de coleção
originais e também os modificados.
Finalmente, existirá uma determi-
nação que trará uma distinção entre
os modelos antigos e os modificados
com valor histórico próprio.
A alteração de originalidade pode
estar no motor, na suspensão ou
mesmo ser apenas visual. “Essa dis-
tinção é, sem dúvida, uma conquista,
mas ainda temos muito trabalho pela
frente. Para nós, antigomobilistas, é
preciso atualizar a resolução com as
normativas e, no caso dos modifica-
dos, terá que haver a criação de uma
resolução própria para definir a orga-
nização desses veículos e seus respec-
tivos clubes”, diz Suga.
Ainda resta esperar a decisão do
Denatran em relação às placas espe-
ciais, assim como as normas que irão
conduzir a aprovação de certificados
de originalidade ou modificação. A
expectativa dos especialistas é de que
essas novas resoluções sejam publi-
cadas em meados de 2021.
Colecionadores
fizeram abaixo-
-assinado a favor
do fundo preto
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