Revista Literária Prosa & Versos
José Mário Guimarães Serrano de Andrade........................................................
ENVELHECER
Quase levei um baque
Toc, toc, toc, toc
Fazendo tic tac, tic tac
Abri a porta, lá fui eu de reboque ...
O tempo me levando
O relógio a me avisar
Que meu tempo está passando
Mas eu, nada de acelerar ...
Sigo eu acompanhando a hora
E já se vão longe os minutos
Os segundos foram embora
Me provocando com insultos ...
E lá vamos nós, lado a lado
Ele, o tempo sem tempo, indo disposto
Me guiando, e vou indo, já cansado
Assim assim, meio a contragosto ...
Eu já não vejo o meu passado
Ao meu futuro nem quero chegar
Eu fico meio confuso, atrapalhado
E imploro pra o tempo desacelerar ...
Mas, na sua realidade absoluta
O tempo segue sem olhar para trás
Não me dá atenção, não me escuta
Tiquetaqueando, não voltará jamais ...
Ele fala comigo, me dá conselho
Diz que a vida é pra ser vivida