Adega - Edição 183 (2021-01)

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16 |^ Revista ADEGA -^ Ed.


gerencial das mulheres, embora
fosse grande apreciador, como
fica claro em suas memórias, da
companhia das mesmas. Por isso, ela
só passou a ter voz ativa nos negócios
com a morte do Barão, em 1988,
quando, além do título de Baronesa,
herdou o controle da holding Baron
Philippe de Rothschild SA.
Daí até a sua própria morte,
em agosto de 2014, Philippine
trabalhou ativamente para aumentar
o legado que recebera. Entre suas
principais contribuições podem ser
citadas a consolidação da parceria,
iniciada pelo pai, com os Mondavi,
na Opus One, com a construção da
cinematográfica vinícola no coração
do Napa Valley; a aquisição de uma
grande propriedade no Languedoc,
rebatizada como Domaine de

Baronarques; o lançamento do Le
Petit Mouton, segundo vinho do
Mouton Rothschild, e de seu único
branco, o Aile d’Argent, com uvas dos
vinhedos que ajudara a plantar; e a
joint venture com a Concha y Toro,
que resultou no lançamento do ícone
chileno Almaviva.

Um vinho seu
Com tudo isso, mais um segundo
casamento com o escritor Jean-
Pierre de Beaumarchais, pai
de seu terceiro filho, Julien,
Philippine nunca teve um vinho
que perpetuasse seu nome. Isso
até o lançamento, no final de 2020,
do Baronesa P. Um blend de cinco
castas, na melhor tradição bordalesa,
o Baronesa P. nasceu na Escudo Rojo,
braço chileno da própria Mouton

Rothschild, empreendimento criado
na mesma época da joint venture
com a Concha y Toro. Por sinal,
Escudo Rojo nada mais é do que a
expressão em espanhol do emblema
que remete ao nome da família:
Rote Schild, “escudo vermelho” em
alemão.
Nem precisaria ser dito que,
para merecer o nome que ostenta
no rótulo, o Baronesa P. teria que
ser um vinho cuidadosamente
pensado em todos os aspectos.
Segundo Emmanuel Riffaud, diretor
geral e enólogo-chefe da operação
chilena, determinar o estilo do
vinho demandou aproximadamente
18 meses. Ainda que o corte seja
semelhante ao do Escudo Rojo
“Origine”, principal tinto da vinícola,
o Baronesa P. foi produzido a partir

A safra 2018 foi
considerada excepcional
tanto no Chile como em
outros países da América
do Sul
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