32 |^ Revista ADEGA -^ Ed.182
MUNDO VINO
Meio século
de vida
Casa Flora comemorou 50 anos
de uma história de perseverança
por Christian Burgos
FALAR QUE UMA
EMPRESA chegou ao meio
século de existência remete
muitas vezes a solidez,
tradição e conservadorismo,
mas a Casa Flora, aos 50
anos, está passando por um
dos momentos de grande
transformação. Aliás a
flexibilidade empreendedora
faz parte do DNA da empresa.
O fundador, Adílson Carvalhal,
narra o início da história:
Eu queria ser médico,
mas fui trabalhar com o papai
e adorava atender clientes.
A família estava crescendo.
Eu estava casado, com dois
filhos. A empresa do papai
não é grande, como é que vai
sustentar a minha família, a
família do (irmão) Antônio. Aí
eu tive um sonho... Coisa de
Deus: monta uma empresa!
Eu conversei com o
dono do imóvel para alugar
e disse que ia montar
uma empresa, mas não
tinha dinheiro nem nada,
tô durinho... E ele disse:
“Adílson você é filho do Sr.
Antônio Carvalhal, que é
um homem maravilhoso,
então não precisa dar sinal,
nem de aval.”
Aí abri a Casa Flora, sem
nenhum tostão. Com uma
prateleira que meu sogro tinha,
umas latarias e um canudo de
queijo fresco emprestado do
meu pai. Aí começamos. Era 1º
de julho de 1970.
A empresa cresceu
vendendo os queijos que
vinham de Minas Gerais. Aliás
o nome é uma homenagem
ao distrito de Flora, em Três
Corações. Cinquenta anos
depois, a Casa Flora se tornou
um dos maiores importadores
e distribuidores de vinhos
do país. Almoçamos para
conversar e brindar o meio
centenário da empresa com
o Junior e o Neto, como são
conhecidos Adílson Carvalhal
Jr. e Antônio Carvalhal Neto,
filhos dos fundadores e atuais
gestores da empresa. Aliás,
foi esta segunda geração que
percebeu os rumos do mercado
e acrescentou a importação de
vinhos ao rol de produtos da
Casa Flora.
A entrada no mercado de
vinhos foi providencial não
só para eles, mas também
para a indústria e a cultura do
vinho, que ajudaram a fixar
no Brasil. Um exemplo é o da
marca Santa Carolina, que
levou a imagem do vinho além
das fronteiras do mercado
tradicional ao associá-lo a
grandes eventos esportivos, de
artes e sociais.
Nem tudo foram flores
nesta história, mas durante
a crise de 2016 e 2017, Junior
e Neto souberam liderar
uma forte reestruturação
na empresa em que
desalavancaram, ganharam
muito em produtividade e se
prepararam para este novo
momento de inovar.
Aos grandes investimentos
em infraestrutura, com a
inauguração de mais um centro
de distribuição e sistemas,
somou-se a incorporação de
profissionais para ajudar a
levar a Casa Flora a novos
voos. Por ser uma das maiores
importadoras do país, com
vocação para a distribuição em
escala, a Casa Flora, muitas
vezes, não encontrava tempo
para trabalhar como gostaria
algumas joias que tem em seu
portfólio, seus ícones.
Vendo isso e observando
o desenvolvimento do
consumidor brasileiro,
decidiram que a comunicação