5HYLVWɞADEGA - Ed.183 | (^41)
por Christian Burgos e Eduardo Milan
DEGUSTAÇÃO
SEGUNDO MICHEL FRIOU,
2018 foi um ótimo ano para o
Chile em geral, inclusive os
vinhedos novos tiveram muito
boa qualidade e isso diz muito
sobre a superioridade dessa safra,
considerada tanto pela crítica
quanto pela maioria dos enólogos,
como a melhor da década. E
continua, “em março houve
um pico de calor, mas depois a
temperatura começou a cair e isso
foi bom para termos tempo de
colher a Cabernet Sauvignon dos
vinhedos mais antigos, que são os
mais importantes para o Almaviva,
depois colhemos a Carménère,
que também teve boa qualidade e
quantidade (por exemplo, em 2017
a produção foi 30% menor do que a
produção média)”.
Para Friou, nesse 2018 há menos
protagonismo da Carménère, quando
comparado ao 2017. “Em anos secos
são feitos menos desfolhes para
proteger mais os cachos, daí se sente
mais a pirazina. Aprendemos a lidar
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da Carménère no corte de Almaviva
vai até onde queremos que ela seja
percebida no vinho”.
Ainda sobre o manejo dos
vinhedos, ele relata que “tivemos
que começar a irrigar no inverno
para compensar as chuvas que não
chegavam. E isso é uma mudança
dos últimos anos. Também
precisamos tratar setores distintos
do vinhedo com quantidades
distintas de irrigação”. Para ele, o
peso da decisão humana cresceu
à medida que é necessário agregar
mais água proporcionalmente ao
total recebido pelas chuvas. Nesse
sentido, cada vinícola ou enólogo
pensa e faz de um modo diferente.
Estão num mesmo lugar, com o
mesmo clima, mas com manejos
de água distintos.
Friou também traçou
interessantes comparações entre
as últimas quatro safras. Para
ele, 2018 tem mais qualidade de
taninos, com menos potência
que 2017, porém é mais elegante
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energia. Já 2016 tem mais frescor
e tensão, com menos densidade,
lembrando mais um Bordeaux.
Por outro lado, 2015 também
tem elegância e frescor, porém
com mais densidade que o 2018.
E confessa, “perguntam muito
qual a melhor safra de Almaviva e
sempre respondo brincando que
é a última, pois é a que devemos
vender. Mas, dessa vez acho que
estou dizendo isso porque é o que
realmente penso. Para mim, 2018
tem um equilíbrio superior”.
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Almaviva 2018
en primeur
Os tempos de pandemia não nos impediram de bater um
papo (virtual) descontraído com Michel Friou, enólogo-chefe
da Almaviva, nem de provar a recém-lançada safra 2018
antfer
(Antfer)
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