Adega - Edição 183 (2021-01)

(Antfer) #1

80 |^ Revista ADEGA -^ Ed.183


uvas na colheita. Como não possui uma mesa
de seleção, Eric supervisiona pessoalmente o
trabalhadores nos primeiros dias da safra para
garantir que eles estejam colhendo apenas
os cachos maduros e sãos, e separando uvas
podres uma a uma. Por isso, durante a colheita,
é comum que o chão de seus vinhedos esteja
repleto de uvas. “Meu lugar é no vinhedo, não
na adega”, costuma dizer Eric.
A vinificação é efetuada em cubas abertas,
com desengace de todos os cachos, e tende
a durar cerca de 18/20 dias. Terminada a
fermentação alcoólica, os vinhos são prensados
delicadamente em prensa pneumática,
repousando durante 48 horas, depois
transferidos para a adega por gravidade,
em barricas de carvalho, onde decorre
naturalmente a fermentação malolática. Apenas
alguns vinhos passam por barrica nova, a saber:
Clos de Saint-Jacques Premier Cru (80%) e os
Grand Cru Chambertin e Clos de Bèze (ambos
100%). Os demais passam por barricas já
utilizadas anteriormente.

Os Crus
A excepcional qualidade já pode ser encontrada
em seus Village, que vêm de nove parcelas de
Gevrey-Chambertin, todas de vinhas velhas. Os
Premier Crus ficam nos climats de Clos Saint-
Jacques, Les Cazetiers e Lavaux Saint-Jacques.
E, finalmente, os Grand Cru, nada menos que
8 hectares, estão em Chambertin, Chambertin
Clos de Bèze, Charmes-Chambertin, Mazis-
Chambertin, Clos de la Roche e o monopólio
Clos de Ruchottes, que fica dentro de
Ruchottes-Chambertin. Sim, mais da metade
de suas propriedades são de vinhedos Grand
Cru, mas os rendimentos são tão baixos (cerca
de 30 hectolitros por hectare) para manter a
concentração que encontrar suas garrafas
é algo raro.

Primeiramente, ele acredita na
“experiência” das plantas, portanto, mantém
suas vinhas o máximo possível enquanto
estiverem minimamente produtivas antes de
replantar. Assim, a idade média das videiras é
bastante elevada, cerca de 40 a 45 anos, com
densidade de 11.000 plantas por hectare. As
seleções utilizadas são clones (sete ou oito
plantados na propriedade) escolhidos por sua
baixa produção e concentração.
Depois do problema com o potássio, agora
ele tenta evitar ao máximo o uso de qualquer
tratamento para as vinhas e se foca em técnicas
como poda verde, desfolha, entre outras que
ajudam a proteger e equilibrar o vinhedo sem
o uso de inseticidas ou aditivos químicos. Ele
direcionou a propriedade para uma viticultura
mais orgânica e mantém a vinificação
tradicional com um mínimo de manipulação do
vinho. Atualmente, Cyrielle, uma de suas filhas
tem estado ao lado do pai para gerir o negócio.

De olho na colheita
Além da baixa produtividade normal das vinhas
velhas, o domaine faz uma seleção extrema das

Mais da metade das


propriedades de


Armand Rousseau é de


vinhedos Grand Cru

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