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V
em a dúvida. Você não quer
acreditar naquilo que está ven-
do. A natureza dedilha seu show
em volume máximo. Você olha para
cima e vê uma montanha de quase
90 graus, enfeitada por uma ca-
choeira. Olha para baixo e tem até
tontura com o precipício pintado
com o verde de milhares de árvores.
Mas você está lá, subindo a Serra
do Rio do Rastro, com o carro em
baixa velocidade e o coração a mil,
encantado como se fosse uma crian-
ça. A perplexidade só faz crescer.
Como assim? Aqui em Santa Ca-
tarina tem cânion? E deste tama-
nho? Mas isso não parece o Brasil.
Essa região de geografia espan-
tosamente íngreme estaria selvagem
até hoje se tropeiros e seus burros
não tivessem que ganhar a vida le-
vando e trazendo mercadorias entre
a serra e o litoral catarinense dis-
tante dali 50 km. Para isso, criaram
um caminho. Logo mais gente quis
fazer o roteiro e surgiu uma estrada,
hoje a SC-390. Foi inevitável. Cada
pessoa que escutava o dedilhar da
natureza naquelas partes mais altas
da serra catarinense precisava con-
tar para os amigos. E estes, por sua
vez, também queriam ver tal cenário
de perto. E assim, de amigo em ami-
go veio o turismo. Agora, a região
tem até um eco resort mega con-
fortável, excursões com guias es-
pecializados, comida de primeira
e excelentes vinícolas. Isso porque
uma natureza como essa merece
sempre um brinde (ou vários) pelo
majestoso espetáculo.
RIO DO RASTRO
PORROBERTO ARAÚJO