Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
para câncer (8).


  • Usar cegamento (mascaramento). A estratégia geral para o cegamento
    foi discutida no Capítulo 4, mas há algumas questões que são
    específicas ao delineamento de entrevistas em estudos de caso-controle.
    Teoricamente, é possível cegar tanto os observadores quanto os sujeitos
    do estudo para o estado de caso ou controle de cada sujeito e para o
    fator de risco que está sendo estudado; portanto, há quatro tipos
    possíveis de cegamento (Tabela 8.1).
    TABELA 8.1 Estratégias para o cegamento em um estudo de caso-controle
    INDIVÍDUO
    CEGADO CEGAMENTO PARA O ESTADO DE CASO-CONTROLE


CEGAMENTO PARA A MEDIDA
DO FATOR DE RISCO
Sujeito É possível se tanto os casos quanto os controles tiverem
doenças que possam estar relacionadas ao fator de risco.

Incluir fatores de risco falsos, para
despistar, e suspeitar quando eles
diferirem entre casos e controles.
O cegamento pode não ser
possível quando o fator de risco
para a doença já for de
conhecimento público.
ObservadorÉ possível se os casos não puderem ser distinguidos dos
controles pela aparência. Porém, sinais sutis e declarações
não previstas dos sujeitos podem quebrar o cegamento
alcançado.

É possível se o entrevistador não
for o investigador, mas pode ser
difícil de ser mantido.

O ideal seria que nem os sujeitos do estudo nem os investigadores
soubessem quem é caso e quem é controle. Porém, na prática, isso é muito
difícil, pois os sujeitos sabem quando estão doentes ou sadios. Assim,
somente é possível mascarar o estado de caso-controle quando os
controles são selecionados entre os pacientes que também apresentam
doenças que acreditam estarem relacionadas aos fatores de risco em
estudo. Os esforços de cegar os entrevistadores são prejudicados pela
natureza óbvia de algumas doenças (é difícil um entrevistador não notar
se o paciente tem icterícia ou se foi submetido à laringectomia) e pelos
indícios percebidos nas respostas do paciente.
Em geral, é mais fácil cegar para o fator de risco em estudo do que para
o estado de caso-controle. Os estudos de caso-controle muitas vezes são a
primeira etapa na investigação de uma doença, portanto pode não haver

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