determinantes do tratamento do que os determinantes do desfecho, pois os
médicos tomam decisões terapêuticas com base em um número limitado
de características dos pacientes.EXEMPLO 9.1 Análise de propensão
Gum e colaboradores (14) estudaram prospectivamente 6.174 adultos
submetidos à ecocardiografia de esforço, 2.310 dos quais (37%)
estavam tomando aspirina e 276 dos quais morreram no período de
seguimento de 3,1 ano. Nas análises não ajustadas, o uso de aspirina
não esteve associado à mortalidade (4,5% em ambos os grupos). No
entanto, quando os 1.351 pacientes que receberam aspirina foram
pareados com os 1.351 pacientes com o mesmo escore de propensão,
mas que não receberam aspirina, a mortalidade foi 47% inferior no
grupo tratado (P = 0,002).Assim como ocorre com outras técnicas multivariadas, para se usar
escores de propensão, é necessário que as potenciais variáveis
confundidoras sejam identificadas e medidas. Uma limitação dessa
técnica é que ela não fornece informações sobre a relação entre cada
variável confundidora isoladamente e o desfecho – o único resultado
fornecido é para a variável preditora que foi modelada (geralmente um
tratamento). No entanto, como essa é uma estratégia de fase de análise,
ela não impede que sejam feitas também análises multivariadas mais
tradicionais; na prática, ambos os tipos de análise são em geral
empregados juntos.■ OUTRAS ARMADILHAS AO QUANTIFICAR OS EFEITOS
CAUSAIS
Condicionamento em um efeito comum
O viés devido ao condicionamento em um efeito comum é um tópico
traiçoeiro e frequentemente omitido em livros-texto introdutórios, uma
vez que a maioria das explicações usam diagramas e notação abstratos.
Abordaremos este tópico de uma forma diferente, começando com
exemplos de como esse viés poderia ocorrer e então tentando explicar o
significado de seu nome.