Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

  • Alternativas à exclusão daqueles com barreira linguística (quando esses subgrupos forem grandes e importantes para a questão de
    pesquisa) poderiam ser coletar dados não verbais ou usar entrevistadores e questionários bilíngues.
    Ao elaborar critérios de inclusão relacionados a características
    geográficas e temporais da população acessível, o investigador deve pesar
    as vantagens e desvantagens entre alcançar os objetivos científicos e os de
    ordem prática. Pacientes no próprio hospital podem ser mais acessíveis e
    apresentar menor custo. No entanto, as peculiaridades da população ou do
    ambiente local podem interferir na generalização dos resultados para
    outras populações. Nessas e em outras decisões sobre critérios de
    inclusão, não há uma única abordagem que seja claramente certa ou
    errada; o importante é tomar decisões sensatas que possam ser usadas de
    maneira uniforme ao longo do estudo e que possam ser claramente
    descritas para outras pessoas que tomarão a decisão sobre a quem as
    conclusões publicadas se aplicam.
    Especificar características clínicas para selecionar os sujeitos para o
    estudo muitas vezes envolve decisões difíceis, não apenas sobre que
    fatores são relevantes para a questão de pesquisa, mas também sobre
    como defini-los. Por exemplo, como um investigador colocaria em prática
    o critério de que os sujeitos devem estar em boas condições de saúde? Ele
    poderia decidir não incluir pacientes com qualquer doença autorrelatada,
    mas isso provavelmente excluiria um grande número de sujeitos
    adequados para a questão de pesquisa.
    Uma decisão melhor seria excluir apenas aquelas pessoas com doenças
    que poderiam interferir com o seguimento, como câncer metastático. Esse
    seria um exemplo de “critério de exclusão”, que indica indivíduos os
    quais atendem aos critérios de inclusão e que seriam adequados para o
    estudo se não fosse por características que poderiam interferir no sucesso
    do seguimento, na qualidade dos dados ou na aceitabilidade da
    randomização (Tabela 3.1). A dificuldade com o idioma em que a
    pesquisa será realizada, problemas psicológicos, alcoolismo e doenças
    graves são exemplos de critérios de exclusão. Os ensaios clínicos diferem
    dos estudos observacionais por serem mais propensos a ter exclusões
    determinadas pela preocupação com a segurança de uma intervenção em
    certos pacientes; por exemplo, o uso de medicamentos em mulheres
    grávidas (Capítulo 10). Uma boa regra geral que mantém as coisas
    simples e preserva o número de sujeitos potenciais é ter o menor número

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