A pesquisa clínica envolve aferições em indivíduos que variam em um
amplo espectro de domínios. Algumas aferições podem ser feitas apenas
durante o contato com o sujeito do estudo, mas muitas podem ser feitas
posteriormente, em bancos de amostras biológicas armazenadas para
análise química ou genética, ou quando imagens de radiografia e de
outros procedimentos são armazenadas eletronicamente (Tabela 4.5).
TABELA 4.5 Tipos comuns de aferições que podem ser feitas em materiais armazenadosTIPO DE MEDIDA EXEMPLOSBANCO PARA AFERIÇÃO
POSTERIOR
História médica Diagnósticos, medicamentos, cirurgias,
sintomas, achados do exame físicoProntuários eletrônicos ou em papelFatores psicossociais Depressão, história familiar Gravações de áudio e vídeo
Antropometria Altura, peso, composição corporal Fotografias
Medidas bioquímicas Colesterol sérico, fibrinogênio plasmáticoSoro, plasma, urina, espécimes
histopatológicos
Testes
genéticos/molecularesPolimorfismos de nucleotídeo único DNAImagem Densidade óssea, cálcio coronariano Raio X, tomografia computadorizada,
ressonância magnética
Eletromecânica Arritmia, cardiopatia congênita Eletrocardiograma, ecocardiogramaUma vantagem desse tipo de armazenamento é a oportunidade de
reduzir o custo fazendo aferições apenas em indivíduos que desenvolvem
a condição de interesse durante o estudo. O delineamento de caso-controle
aninhado (Capítulo 8) é uma opção excelente para esse fim, especialmente
se for possível fazer aferições cegas e pareadas no mesmo ensaio
analítico, eliminando, assim, o componente interensaio do erro aleatório.
Outra grande vantagem é permitir que avanços científicos que ocorrerem
anos após o início do estudo possam levar a novas ideias e técnicas de
aferição, que poderão, então, ser empregadas, financiadas por novos
auxílios de pesquisa.
O interesse crescente na pesquisa translacional (Capítulo 2) se
beneficia de técnicas novas de aferição que expandiram enormemente a
abrangência da pesquisa clínica, por exemplo, nas áreas da epidemiologia
genética e molecular (8, 9) e de exames de imagem. As aferições em
amostras biológicas que contêm DNA (p. ex., saliva, sangue) trazem