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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistastrancado em um cofre, mas isso não quer dizer que sua
vida digital cessará. Você seguirá recebendo e-mails,
likes, comentários, mensagens de toda sorte. Ao
mesmo tempo, ainda que esteja online, seus sentidos
estão parcialmente operantes. Ninguém precisa de
fralda quando está absorto em sua timeline do
Instagram. Seu corpo é a sua frente de batalha, sempre
disputado de maneira ininterrupta em múltiplas frentes.
Mas qual o impacto de 2020 no varejo? Minha aposta:
lojas que vendem apenas produtos irão sofrer muito.
Ninguém compra produtos — as pessoas compram
soluções para seus problemas íntimos, objetos que as
ajudem a se expressar ou que completem algo que lhes
falta em sua identidade, ou ainda maneiras de se
diferenciar socialmente. Todo produto emite sinais, e
são esses sinais que interessam ao consumidor. Por
isso, a loja precisa passar a ser um espaço de
experiência que transcenda o que é vendido.
Por outro lado, o site irá se aproximar cada vez mais da
loja física. Você pode não ter notado, mas a experiência
está mudando radicalmente de uns meses para cá:
clicar em tuna barra de navegação para encontrar um
item tornou-se contraproducente. Uma lupa de pesquisa
é muito mais rápida e efetiva. Em alguns casos,
conversar com um bot pode ser ainda mais eficiente,
nos aproximando da experiência de interagir com um
vendedor. As transações online serão cada vez mais
fluidas, coloquiais. Farão parte de uma conversa,
exatamente como aconteceria em uma loja física.
Minha aposta para o varejo pós-covid? Não importa o
canal de compra. A experiência do seu consumidor,
preocupado com a sua jornada e cheio de dores e
cicatrizes, deverá ser a mais fluida possível,
independente da mídia onde ele estiver. Quem sabe
não está na hora de deixarmos de ver o online como
uma categoria de mundo à parte?
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas