Newsletter Banco Central (2021-02-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Época Negócios/Nacional - Capa
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bitcoins

Dois exemplos bastante eficientes, em direções
diferentes, são as estratégias da Amazon e da Apple.
No primeiro caso, a empresa criou um programa de
assinaturas com direito a uma lista enorme de
benefícios (de frete grátis a uma plataforma de vídeos,
além de ofertas especiais). No segundo caso, os
investimentos da marca criam uma aura nos produtos
da empresa, uma espécie de clube ao qual um grande
número de pessoas gosta de pertencer.


CONCORRÊNCIA


CAIU O ISOLAMENTO ENTRE EMPRESAS


Uma outra tendência, também relacionada ao mundo
virtual e incrementada pela crise econômica derivada da
pandemia, é a queda de fronteiras entre diferentes
negócios. Em outras palavras, os concorrentes podem
vir de qualquer lugar. Quem diria que o hospital Albert
Einstein criaria uma faculdade de medicina? Pois criou,
em 2015. E que a BR Distribuidora passaria a vender
energia? É o que começa a acontecer este ano, a partir
da compra da Targus Energia, no final de 2020. É a
expansão horizontal (para áreas adjacentes à sua
especialidade), com investimento próprio ou parcerias.


Para as empresas maiores, também faz sentido a
expansão vertical (dentro da própria cadeia de valor,
comprando fornecedores ou distribuidores, por
exemplo). “0 choque de demanda da covid-19 elevou a
importância da resiliência da cadeia de fornecimento",
afirma a consultoria McKinsey, no artigo The Next
Normal in Consumer (“O próximo normal no setor de
consumo"). Segundo o artigo, a crise sublinhou o valor
do controle direto sobre a cadeia, e mesmo com alguma
redução em eficiência o movimento de comprar
desafiantes menores ou elevar a integração vertical
pode valer a pena.


Da mesma forma, especialistas preveem uma retomada
das fusões e aquisições. Este movimento tem mais a
ver com a queda na taxa de juros no país do que com a


pandemia. A crise, aliás, pode ter reduzido o número de
fusões em 2020 — mas, mesmo com a queda de 9,3%
no número de operações em relação a 2019, de acordo
com a consultoria KPMG, o total foi o segundo maior
dos últimos 20 anos (perdendo apenas para o ano
anterior). Se a epidemia freou o fenômeno,
especialmente nos últimos três meses do ano, deve
ajudar a acelerá-lo este ano, porque as fusões são uma
estratégia de crescimento, especialmente em uma crise,
quando o aumento de vendas orgânico se mostra mais
complicado.

Este cenário, obviamente, variará muito de setor para
setor. Na área de tecnologia, que em linhas gerais se
deu muito bem graças à demanda extra durante a
pandemia, a tendência de fusões e aquisições deve
existir apenas para empresas pequenas e startups. As
gigantes, ao contrário, enfrentam desafios crescentes
de legislações que tentam coibir práticas monopolistas.

Em setores em dificuldades, como o das companhias
aéreas, a recuperação tende a ser dolorosa. E este é
um incentivo para a concentração no setor. A Avianca,
que vinha com problemas desde 2018, faliu durante a
pandemia. Especula-se que a Latam seja fundida com a
Azul, ou vendida. Internacionalmente, mais de 40
companhias aéreas interromperam operações em 2020,
e a expectativa é de consolidação — além de auxílios
governamentais.

ENTRETENIMENTO


2021, O ANO DA REALIDADE MISTA


O mundo físico deixa de ser protagonista para se tornar
coadjuvante tanto em eventos privados, como festas e
casamentos, quanto nos públicos, como shows, cinema
e competições esportivas. É a chamada realidade mista,
que integra pessoas e objetivos reais a ambientes
virtuais com um grau de sofisticação jamais visto. 0 que
já era, de certa forma, tudo junto e misturado, deve
passar a ser visto com muito mais naturalidade por
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