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Revista Isto é/Nacional - A SEMANA
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Antonio Carlos Prado e Mariana Ferrari

EUA - O Senado joga Donald Trump em um
impeachment que não acontecerá

Pode-se indagar o que levou nos EUA o Partido
Republicano, fundado por Abraham Lincoln, a ter entre
seus líderes, após cento e sessenta e sete anos de sua
formação, gente autoritária, agressiva e desrespeitadora
da lei, a exemplo do ex-presidente Donald Trump. A
resposta é simples: ir aceitando na legenda, cada vez
mais, radicais de extrema-direita, donos de um ideário
muito diverso do conservadorismo e liberalismo que a
originaram — e o próprio Trump é um desses radicais.
Na terça-feira 9, o Senado aprovou por cinquenta e seis
votos a quarenta e quatro a constitucionalidade do
processo de impeachment contra Trump — e, nesse
placar, tem seis votos de republicanos que desejam que
a sigla retome os seus princípios e abandone os
extremismos. Com a decisão, Trump tornou-se o
primeiro presidente a sofrer processo de impeachment
já fora da Casa Branca, e a acusação que pesa contra
ele é a de ter animado a insurreição contra o Capitólio,
quando da certificação de Joe Biden. O impeachment é
defendido de forma justa pelos democratas, mas
dificilmente acontecerá (“as questões políticas são
sérias demais para serem deixadas nas mãos dos
políticos”, dizia Hannah Arendt). Como são precisos
dois terços dos votos, e o Senado se divide em
cinquenta parlamentares de cada partido, se fazem
necessários mais onze votos (que teriam de sair das
fileiras conservadoras) para que Trump seja condenado
e se veja impedido de concorrer à presidência do país
nas próximas eleições. Mas, ainda assim, mesmo sem a
apoteose do impeachment, somente o aval para o
processo seguir adiante já é um triunfo da democracia.
É a própria tradução dos versos de Amanda Gorman, a
“magrela e negra de 22 anos” que homenageou Joe
Biden com um poema, referindo-se à gestão do
antecessor: “mesmo enquanto sofríamos, crescíamos;
mesmo cansados, tentávamos”.
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