Banco Central do Brasil
Revista Veja/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central
tornado dispensável. Explicação: a arraigada cultura
anticapitalista que desconfia do lucro e da empresa
privada. Ainda hoje, mesmo diante da robustez do setor
privado, 67% rejeitam a privatização (Datafolha,
setembro de 2019).
Muitos resistem à desestatização com argumentos
inválidos, como o suposto caráter “estratégico” do
Banco do Brasil e da Petrobras, por exemplo. Na
verdade, quem merece esse atributo são a educação, a
solidez das instituições e um saudável ambiente de
negócios. Rejeita-se ainda a venda de estatais “que dão
lucro”, embora o foco da privatização seja a eficiência,
os ganhos de produtividade e a expansão do potencial
de crescimento do país.
Para o atual presidente do Senado, “não podemos
entregar patrimônio a qualquer preço”. Ele não percebe
que a privatização ocorre mediante leilões competitivos,
que geram valores apropriados. O presidente Jair
Bolsonaro bloqueou mais de 80% do ousado e irrealista
plano de venda de estatais do ministro da Economia.
No Brasil, tudo indica que vai demorar até a maioria da
sociedade distinguir o papel do governo e do setor
privado no desenvolvimento. Serão necessários
educação de qualidade, liderança política eficaz e
capacidade de convencimento. Hoje, tudo isso nos falta.
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