Banco Central do Brasil
Revista Veja/Nacional - Colunistas
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
Dos maus conselhos fornecidos pela voracidade
desatenta ao real tamanho das próprias pernas deu
notícia recente o então presidente da Câmara, Rodrigo
Maia. Ao se enxergar maior do que era, fez uma
manobra dúbia sobre a reeleição ao posto, apostou no
apoio do Supremo Tribunal Federal e só colheu perdas.
Perdeu tempo para elaborar um plano B, perdeu força
dentro do próprio partido, que pulou para fora do barco
dele a fim de garantir ganho no Senado, e perdeu
prestígio externo.
O governador João Doria é outro que flerta com os
riscos da ansiedade. Agora, forçando uma definição
pelo domínio do PSDB irritando adversários internos, e
antes, quando viu o que uma viagem a Miami em pleno
aperto de restrições à população de São Paulo pode
causar de estragos no capital positivo amealhado por
sua gloriosa atuação em prol das vacinas.
Para fechar o rol, temos o rei dos açodados, o
imperador dos exacerbados, na figura de Jair
Bolsonaro. Tantas o presidente fez, tamanhos foram os
erros que cometeu nesse campo das demasias
desmedidas que não lhe restou alternativa a não ser
negar uma a uma as suas proposições de campanha e
até suas bandeiras junto aos fiéis mais fanáticos.
Da aludida nova política ao combate à corrupção,
passando pela recente tentativa de sair à francesa do
negacionismo em relação à pandemia, Bolsonaro foi
sendo obrigado pela realidade a trocar de casca e ainda
amargar o carimbo de estelionatário das urnas. Apesar
desses pesares, saiu-se até agora sem maiores danos,
embora esse tira-teima eleitoral esteja em aberto para
ser resolvido em outubro de 2022.
Já os adeptos da seita do “mito” contabilizam prejuízos
graves. No Congresso a deputada Bia Kicis não sofreria
tanta contestação à indicação para a presidência da
Comissão de Constituição e Justiça não fosse seu
histórico de extremismos. Dessa doença senil do
sectarismo entusiasmado padeceram outras estrelas
agora cadentes. Onde estão as saras winters, os allan
dos santos, os olavos de carvalho, os weintraubs?
Em casa de tornozeleira eletrônica, bloqueados nas
redes sociais, condenados a pagar indenizações
milionárias, em exílios mais ou menos voluntários, longe
dos seus, sem palanque nem tribunas, processados,
investigados, desacreditados e, sobretudo,
ridicularizados. Pergunte-se a qualquer um se valeu a
pena. Na fala dirão que sim, mas na alma carregarão a
paga das pragas incivilizadas por eles rogadas.
Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
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