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Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Noticias
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - B3

A ascensão da temática ESG para os investimentos
ocorre em um momento que a indústria do petróleo
ensaia uma recuperação. No auge da crise do
coronavírus, os preços da matéria-prima ficaram
negativos de forma inédita - ou seja, pagava-se para
que alguém ficasse com o produto porque a demanda
despencara. Mas o petróleo valorizou com a expectativa
da retomada econômica, a tal ponto que os preços dos
contratos futuros acumulam alta de mais de 50% desde
novembro.


Seria o momento de investir nas ações de petrolíferas?
Pensando em rentabilidade no curto prazo, analistas
afirmam que essas empresas devem continuar a surfar
a onda de alta das commodities com a reabertura das
economias. Mas pode ser um movimento de meses ou
poucos anos, enquanto a transformação para a
economia sustentável é algo medido em muitos anos e
décadas.


“É uma morte anunciada. As empresas de petróleo
precisam decidir se querem ficar paradas no tempo ou
fazer a transição para se tornarem companhias de
energia”, afirma Fabio Alperowitch, sócio da FAMA
Investimentos, gestora focada no universo ESG.
Segundo ele, empresas que escolherem continuar
ligadas aos combustíveis fósseis correm o risco
crescente de exclusão do portfólio pelos investidores,
que estão se tornando cada vez mais verdes.


Muitas empresas do setor decidiram se adaptar. Mas
não é uma tarefa fácil. Com metas ambiciosas, gigantes
da indústria, como BP, Shell e Rapsol, se
comprometeram a ser neutros em carbono até 2050.
Indústrias dependentes de combustíveis fósseis, a
exemplo de mineradoras, estão se mexendo: no ano
passado, a brasileira Vale anunciou investimentos de 2
bilhões de dólares para reduzir suas emissões até 2050.
Segundo estimativa do Global Carbon Project, a
indústria de combustíveis fósseis produziu 2,5 bilhões
de toneladas de CO2 em 2020.


Seriam necessários mais de 60 bilhões de dólares em
créditos de carbono para compensar a emissão. E o


preço dos créditos deve subir com a demanda em alta.

Em paralelo, alternativas ao uso do petróleo ganham
força. Segundo estimativas da Bloomberg New Energy
Finance, a queda do consumo de petróleo deve se
iniciar especialmente em razão do aumento do número
de carros elétricos. “O petróleo está com os dias
contados. Estão todos na corrida para ver quem vende
mais agora, porque ninguém quer ser o último a ficar
com petróleo na mão”, afirma Victor Nehmi, gestor de
commodities e fundador da gestora Sparta.

Com Joe Biden como presidente dos Estados Unidos,
os desafios da cadeia de petróleo serão acelerados.
“Vão surgir impostos cada vez maiores para estimular o
uso de substitutos do petróleo e seus derivados”, diz
Nehmi. Para quem investe no longo prazo, é um cenário
complexo que deve ser considerado.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
B3, Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia
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