Mercado imobiliário espera expansão em 2021 mesmo que juros
aumentem
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança
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Autor: Fernanda Brigatti
O mercado imobiliário está otimista com 2021. Depois
de um 2020 surpreendentemente positivo, apesar da
pandemia, as perspectivas são de expansão das
vendas, da indústria e do crédito.
Pudera. Entre as empresas que já divulgaram suas
prévias de resultados do último trimestre, há quem
reporte as melhores vendas da história - e isso em um
ano atípico.
Na capital paulista, as 51,4 mil unidades residenciais
vendidas representaram um recorde na série histórica
iniciada em2004pelo Secovi-SP (sindicato da
habitação). O resultado superou em 4% as 49,2 mil
unidades vendidas em 2019, ano considerado
excepcional.
A preocupação com preços e prazos de entrega de
matérias-primas persiste, mas há expectativa de
estabilidade ainda no primeiro trimestre.
Do lado do consumidor, os juros abaixo de 7%
facilitaram financiamentos. Mais famílias acessaram
crédito e outras conseguiram, com a mesma renda,
comprar um imóvel mais caro do que poderíam quando
os juros passavam de dois dígitos.
A Abecip (associação de entidades de crédito) projeta
alta de 21% na concessão de crédito neste ano,
considerando SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo) e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço).
Em 2020, os financiamentos com recursos da
poupança superaram 2014, ano do boom dos imóveis.
Para o presidente da Abrainc (Associação Brasileira de
Incorporadoras Imobiliárias), Luiz Antonio França, todos
os segmentos terão crescimento em 2021.
Uma eventual elevação da taxa básica dos juros (Selic)
não preocupa o setor. "Se a Selic chegar a 3,5%, a
poupança não mudará e não deverá ter impacto no
mercado. Só é fundamental ficar abaixo de dois dígitos."
Para a economista da Cbic (Câmara Brasileira da
Indústria da Construção), leda Vasconcelos, tuna Selic
em 4% manteria estímulo ao crédito.
No setor econômico, que engloba o Casa Verde e
Amarela (o antigo Minha Casa Minha Vida), o resultado
deverá ser impactado pelo déficit estimado em 7,8
milhões de moradias e pela criação de novas famílias.
Na capital, segundo balanço do Secovi-SP metade do
que foi lançado em 2020 foi dentro do segmento
econômico.
O indicador calculado pela Fipe para a Abrainc mostra
comportamentos distintos entre os segmentos de médio
e alto padrão e econômico nos 12 meses até novembro.
Esse último teve alta de 12,7% nos lançamentos e de
36,4% nas vendas líquidas. Entre os empreendimentos
mais caros, as vendas recuaram 7,6%, e o volume de