como aquela de Buda ou aquela de Cristo ou de qualquer outro filho
do Sol, sempre foi transformada nesse mundo, aí, onde estão os seus
pés.
Essa transformação não é uma transformação nem da história nem
da realidade da lua cheia, mas a transformação consiste, antes de
tudo e, sobretudo, a desviar a consciência para outra coisa que não
sua Liberdade, para outra coisa que não sua Liberação. Porque a
comemoração, qualquer que seja, mesmo de um casamento, mesmo
de um falecimento, mesmo de um nascimento, mesmo a mais
prestigiosa delas, impede-lhes o acesso à Liberdade. Certamente, isso
os nutre, certamente, isso os alimenta, certamente, a comemoração
faz parte do que vocês nomeiam memórias e lembranças. Você não
acha bizarro que seja preciso comemorar alguma coisa de histórico
ao invés de comemorar a Vida que está presente, não a cada ano,
mas a cada fração de tempo que escoa nesse mundo? Assim é a
falsificação.
Ela os leva para um ideal, ela os leva para algo ou alguém a imitar, a
assemelhar, e federa, assim, na comemoração, um número de almas
sempre mais importante. Quer seja no círculo familiar, por um
nascimento ou uma morte, quer seja o círculo mais amplo da
humanidade, a comemoração recoloca-os na consciência e na
energia do passado, que lhes enche a cabeça com um futuro melhor.
E isso é feito na Terra todos os anos, desde os tempos antigos. Isso
concerne tanto ao Wesak como ao dia de Natal, como não importa
qual dia festejado por uma razão ou por outra. Porque festejar e
comemorar alguma coisa priva-os, sutilmente, de sua liberdade
essencial de não depender de qualquer circunstância, de qualquer
data nem de qualquer evento e, sobretudo, passado.
A estrutura do confinamento é tal que, assim que há comemoração,
há esquecimento da Eternidade. Isso se produz sem o seu