Aí também, através dessa festa, como através das linhagens, como
através dos elementos que se manifestam, de maneira geral e cada
vez mais intensa em suas vidas humanas, dão-lhes a ver o efêmero,
dão-lhes a ver essas memórias que, por vezes, estavam, realmente,
dissolvidas e que se reimpactam, hoje, à sua consciência, que voltam
a mostrar-se, enquanto elas não se mostravam mais.
Isso participa do mesmo processo da Liberdade, da Liberação. Ouse
cruzar essas barreiras, esses condicionamentos e esses véus, não
aderindo a nada disso; não aderindo a qualquer comemoração, mas
festejando a Vida, a cada minuto, você se torna Livre. Você sai da
escravidão espiritual ligada a grandes seres que, no entanto,
aportaram, realmente, alguma coisa, mas Cristo não disse?: “O que
eu faço, vocês o farão, e bem maiores ainda”. Não façam de minhas
palavras uma religião, dizia Ele.
Hoje, a Igreja não está mais – e, aliás, quase nunca esteve – nem em
um lugar dito sagrado, nem em um lugar no qual passou um ser
luminoso, mesmo se sua Presença seja real muito tempo após sua
morte e a partida desse corpo nesse mundo. Não faça disso um lugar
congelado, porque reencontrar a memória, celebrar um nascimento
ou uma morte, mesmo do ser o mais próximo da Fonte que
percorreu esse mundo, nada quer dizer hoje.
Você é, portanto – e será, cada vez mais, – convidado não por
minhas palavras, mas pelas circunstâncias do que você tem a viver, a
despojar-se de tudo o que, até agora, podia parecer-lhe evidência e
útil, para ser Livre, para não mais apoiar-se em qualquer história que
seja, qualquer carma que seja ou qualquer relação que seja, mesmo
entre nós e vocês, entre mim e cada um de vocês.
A Vida é Livre, ela não pode ser confinada em uma lembrança
qualquer ou em uma comemoração qualquer. O Espírito do Sol, a