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sob qualquer meios, e para quaisquer fins, inclusive comerciais.oucos serão aqueles que vão poder dizer que saíram
desta pandemia sem marcas. Infelizmente, a maio-
ria de nós vai estar em pior situação do que estava
antes de tudo isto começar. Seria preferível que isto
não nos tivesse acontecido. Mas aconteceu. O que
significa que devemos tentar aprender ao máximo, individualmente
e enquanto sociedade. A primeira e talvez mais dolorosa lição:
não podemos continuar a ignorar os avisos da ciência e, muito
menos, tornar tudo uma questão de “eu acho que”. É fundamental
voltarmos a ser uma sociedade que toma decisões com base em
opiniões fundamentadas. Fomos avisados de que isto iria acontecer.
Por muitos cientistas (e não só), que estudam infeciologia e que
apresentavam, há anos, simulações muito precisas do que agora
estamos a viver. Como disse repetidamente Bill Gates, “não era
uma questão de se, mas sim uma questão de quando”. Só quem
dá mais valor a redes sociais e outras “fontes de informação”
pouco credíveis do que aos verdadeiros meios de comunicação
social pode dizer, como têm dito, que não fomos avisados. Como
temos sido relativamente ao aquecimento global. Um fenómeno
que pode levar a consequências que fazem a Covid-19 parecer
insignificante. A paragem forçada de tantas atividades económicas,
com destaque para transportes e indústria, levou a reduções de
níveis de poluição nunca vistos. Em poucos dias, o ar ficou bem
mais limpo em grandes metrópoles em todo o mundo. Talvez o
melhor exemplo: no estado indiano de Punjab passou a ser possível
ver a cordilheira montanhosa dos Himalaias, situada a quase 200
quilómetros de distância. Uma visão que, segundo os locais, não
era possível há mais de 30 anos. O que tem consequências também
para a saúde já que, segundo os cientistas, só na Europa centenas
de milhares de pessoas morrem anualmente em consequência da
poluição. Não pretendo romantizar este momento. Como referi,
as consequências são graves. Estamos a perder muitas pessoas e
ninguém realmente sabe a dimensão real do que ainda está para
vir. Agora é importante saber se vamos ser capazes de, como
felizmente, é intenção da Comissão Europeia, arrepiar caminho.
De, por exemplo, acelerar a descarbonização da economia, de criar
condições para que mais pessoas possam trabalhar mais tempo
remotamente, o que tem o potencial para retirar muitos carros
da estrada, permitir um melhor povoamento do território e, até,
reduzir custos imobiliários. A economia tem de ser mais local.
Não podemos continuar a ser tão dependentes das importações,
sobretudo de fora da Europa, em tanta coisa tão importante para
as nossas vidas. Temos agora a prova evidente que devemos estar
preparados. Sim, fomos e continuamos a ser avisados.SÉRGIO MAGNO | DIRETORUM NOVO MUNDO?