69Nesta simulação feita em vídeo (youtube.com/watch?v=FRQslIhB7RY) pela
UVE, são apresentadas as várias vantagens fiscais que permitem que um
carro elétrico tenha um TCO muito abaixo do equivalente com motor DieselELÉTRICOS
MAIS
COMPETITIVOS
EM PORTUGAL
Provavelmente já leu estudos que
indicam que o investimento num
VE só é recuperável após vários
anos e/ou só em determinados
segmentos. Mas muitas vezes
estes estudos são referentes a
outros mercados ou feitos em
função de dados médios europeus,
que não são representativos
do mercado nacional. Como em
Portugal o imposto automóvel
é muito elevado e os VE estão
isentos desta taxa, a compra de
um carro elétrico no nosso país é
uma opção economicamente mais
competitiva do que na maioria
dos outros estados da EU. Não
porque os elétricos sejam mais
baratos por cá, mas porque os
carros tradicionais são bem mais
caros. Basta verificar os preços
praticados em outros países
para se chegar a esta conclusão.
Alguns exemplos na nossa vizinha
Espanha: Nissan LEAF vs Nissan
Qashqai (motor Diesel) e Audi Q7
vs Audi e-tron. No caso da Nissan,
os preços base dos modelos
mencionados são, respetivamente,
€34.620 e €24.200 em Espanha
e de €34.600 e €31.350 em
Portugal. Ou seja, enquanto o LEAF
custa praticamente o mesmo nos
dois países, o Qashqai de entrada
(a gasóleo) custa mais €6000
em Portugal. No caso da Audi, em
Portugal, o novo Audi Q7 começa
nos €89.500 e o e-tron começa
nos €72.600. Ora, em Espanha,
o Q7 começa nos €70.900 e o
e-tron nos €72.980. Neste caso,
em Portugal o elétrico até tem um
preço mais baixo que o equivalente
com motor a combustão. E
estamos a ser generosos quando
fazemos estas equivalências
porque em ambos os casos
as versões elétricas são mais
poderosas e mais bem equipadas
do que as versões CI usadas para
esta pequena comparação.segundo o site da marca, temos de optar
pelo nível GT Line para encontrar uma
configuração com motor de potência
idêntica ao LEAF (150 cavalos), o que
faz subir o preço base logo para um
valor acima dos 38 mil euros.
Estas comparações são perfeitas? Não
porque há muitas outras variáveis a
considerar e há muitos outros modelos
no mercado, mas são suficientes para
se perceber que escolher um VE não
é necessariamente uma opção mais
cara quando fazemos uma comparação
mais justa em termos de especificações
técnicas.CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
Bem mais importante do que o preço de
aquisição é o custo total de proprieda-
de, muitas vezes representado por TCO
(sigla em inglês para Total Cost of Ow-
nership), que representa um custo total
de ter um bem desde que o compramos
até nos desfazermos dele. No caso de
um carro, por exemplo, o TCO será o
valor total de todos os custos que um
carro representa ao longo do período
de vida, incluindo a depreciação (custo
de aquisição menos custo de venda),
manutenções, combustíveis/energia
e impostos.
Muito importante porque o custo de
aquisição pode ser muito enganador já
que representa apenas uma das parce-
las, embora importante, de todos os
custos que um utilizador tem ao es-colher um veículo. Basta considerar o
seguinte: se comprar dois carros, um
de €50.000 e outro de €40.000, e os
vender três anos depois por, respeti-
vamente, €30.000 e €20.000, os dois
tiveram ‘o mesmo preço’ (€20.000 de
depreciação).
Quando se faz a análise em termos de
TCO, os VE são, regra geral, mais com-
petitivos que os veículos a combustão
equivalentes. Não só devido às poupan-
ças com os combustíveis, mas também
porque têm custos menores em termos
de manutenção, utilização e carga fiscal.
Como cada caso é um caso, faça bem
as suas contas. Informe-se quais são os
custos previstos, não esquecendo que
os elétricos têm custos de manutenção
bem mais baixos (não precisam, por
exemplo, de óleo de motor ou filtros de
combustível), são isentos de imposto de
circulação e têm consumos melhores
em termos de valor.
Se o carro for para ser adquirido por
uma empresa, então não há dúvidas:
os elétricos (e plug-ins) são muito mais
competitivos em termos de TCO do que
os concorrentes com motores Diesel.
Além das vantagens de custos já indica-
das, os elétricos estão isentos de tribu-
tação autónoma, o que representa uma
enorme vantagem fiscal. Em algumas
simulações, o TCO de um VE para frotas
de empresas pode ser inferior a metade
do TCO de um veículo equivalente com
motor a gasóleo. Sérgio Magno