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AINDA NÃO É
VIDA...
...mas quase. Apesar das dúvidas, das ex-
periências ainda por fazer, das naves por
enviar, é possível que este ano de pandemia
também fique para a história como aquele
em que, pela primeira vez, se apresentou
evidência de que pode haver, ou ter ha-
vido, vida em Vénus. A hipótese já tinha
sido levantada pelo grande astrónomo e
divulgador Carl Sagan. A suspeita ganhou
solidez quando imagens captadas por dois
grandes telescópios, um no Chile e outro no
Havai, identificaram a presença de fosfina,
uma molécula semelhante à amónia, nas
nuvens do planeta.
Escaldante e com uma atmosfera extre-
mamente ácida, Vénus está longe de ser um
lugar aprazível à vida. Só que até agora só
são conhecidas duas formas de produzir
aquela molécula: ou resulta de processos
industriais ou da atividade de organismos
que vivem em ambientes sem oxigénio.
Daí ser considerada um biomarcador –
uma molécula que indicia a presença de
vida. Por maiores que sejam as dúvidas
levantadas – será fosfina de certeza ab-
soluta – sendo de origem biológica, está
a ser produzida agora ou são resquícios do
passado distante quando a atmosfera do
planeta era menos tóxica? E haverá algum
processo químico desconhecido até agora
que lhe possa ter dado origem? É certo que
a descoberta já traçou novos rumos para
exploração espacial. S.S.
FÍSICOS PORTUGUESES
INVENTAM LASER
DE ALTA POTÊNCIA
Os lasers são uma pequena maravilha da tecnologia. Tanto servem para uma
brincadeira de crianças, como para remendar olhos míopes e mostrarem-nos
as entranhas do corpo e planetas distantes. Tornaram-se fáceis e baratos de
produzir. Exceto quando se trata de lasers de raio-X, equipamento que permite
obter imagens detalhadas de estruturas do tamanho do átomo. Até agora,
para produzir este tipo de lasers de alta potência (ou de superradiância) era
necessário um acelerador de partículas e um forte campo magnético. Mas a
confirmar-se experimentalmente a previsão, teórica, feita por uma equipa de
investigadores do Instituto Superior Técnico, o processo pode ser bem menos
exigente. Esta simplificação, que passa por modelar o feixe de luz transver-
salmente em vez de longitudinalmente, vai permitir democratizar o acesso a
esta poderosa tecnologia e acelerar de forma exponencial o trabalho de muitos
laboratórios de investigação. E corresponde a uma verdadeira mudança de
paradigma. “A redução do tamanho destas máquinas trará a investigação que
hoje é apenas possível em grandes laboratórios (não mais que cinco a dez no
mundo inteiro) para centenas ou milhares de universidades, e diretamente
para junto dos hospitais, para tratamentos e imagiologia médica”, diz Jorge
Vieira, o primeiro autor do artigo publicado na revista Nature Physics. S.S.
PORQUE
Uma nova Switch,
com mais capacidade gráfica,
só deverá aparecer no próximo
ano, quanto a tecnologia
for suficientemente
económica para o modelo
de negócio da Nintendo.
PORQUE
A marca chinesa
até pode desistir de alguns
segmentos de mercado
em função do bloqueio
aos chips topo de gama,
mas os smartphones estão no
centro da estratégia da Huawei
PORQUE
A Nvidia já ultrapassou
a Intel em valor bolsista e, com
a aquisição da ARM, a equipa
de verde fica ainda mais forte.
A Nvidia parece estar cada
vez mais forte nas grandes
tendências tecnológicas.
PORQUE
Os jogadores de PC
querem competir com
os amigos que jogam na PS4
e vice-versa. É um pedido a
que a produtora do jogo deverá
aceder. Talvez quando lançar
a versão para Switch e Xbox.
SWITCH 4K
AINDA ESTE ANO
HUAWEI DESISTE
DOS SMARTPHONES
NVIDIA MAIOR
QUE INTEL
FALL GUYS EM
CROSS PLATFORM
19
%
24
%
73
%
83
%
VER MAIS À FRENTE
Ilustração de Jorge Vieira do
fenómeno de superradiância
generalizada, quando o
impulso luminoso forma um
padrão em hélice