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mundo dos semicondutores está ao rubro. Vivemos
momentos que têm o potencial por mudar por completo
o futuro dos microprocessadores e, em consequência, o
futuro da computação. A primeira grande tendência não é nova:
a substituição da arquitetura x86, criada pela Intel, por outras
arquiteturas com destaque para a ARM. A arquitetura x86 esteve
na origem da evolução exponencial da informática. Se não fos-
sem os chips x86, não tinha surgido a revolução da informática
pessoal – o PC – e, consequentemente, a Internet. Simplificando,
os CPUs x86 foram e são ótimos para processamento geral. Mas,
atualmente, a tendência é a especialização.
O x86 têm vindo a ser substituído em muitas áreas da com-
putação, da mobilidade, onde se destacam aos smartphones,
aos grandes servidores. Grandes empresas da Internet, como
a Google e a Facebook, já desenvolvem chips especializados.
Hoje, é a Inteligência Artificial e os algoritmos de machine
learning que ditam as regras na grande computação. Não é
por acaso que, pela primeira vez na história, a lista dos mais
poderosos supercomputadores Top500 é liderada por uma
máquina com arquitetura ARM. A capacidade de adaptação
a várias especializações coloca a arquitetura ARM em todo o
lado. Desde máquinas de café a supercomputadores.
E foi essa a capacidade que permitiu que hoje existam chips
ARM capazes de ultrapassar em desempenho chips x86 maio-
res, mais caros de produzir e mais consumidores de energia.
Veja-se o que a Apple anunciou relativamente ao recente A
Bionic, que estreia nos novos iPad. A Apple diz que é mais
rápido que processadores Intel Core, apesar de precisar de
muito menos energia (e, como tal, de gerar menos calor). É a
otimização. A ligação estreita entre a programação e os chips.
Por isso mesmo, já se se sabe que a Apple vai abandonar os
processadores da Intel e usar os seus próprios chips A nos fu-
turos Mac. Na verdade, nem foi a primeira, porque já há algum
tempo que existem PCs com ARM, sobretudo em convertíveis.
Ou seja, o mundo dos processadores está a ‘ficar ARM’. E
quem é que anunciou a compra da ARM? A Nvidia, que já estava
a assumir um papel de liderança na IA e machine learning. Tão
importante para, por exemplo, os carros autónomos e super-
computadores. Ou seja, a Nvidia, que já estava numa posição
de domínio em áreas que representam as grandes tendências,
fica agora com a empresa que desenvolve e gere a arquitetura
base mais importante do momento e dos próximos anos. A
confirmar-se o negócio, a Nvidia ficará com muitos outros
fabricantes ‘na mão’, incluindo Apple, Samsung, Qualcomm...
Estamos, de facto, a viver momentos históricos.SÉRGIO MAGNO | DIRETORNVIDIA COMPROU O FUTURO