INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO58“
Sistema de Inteligência Artificial, desenvolvido
pela Luz Saúde, deteta pacientes em risco de desenvolver
infeção generalizada. É que antecipar o diagnóstico
por umas horas pode fazer a diferença entre a vida e a morteTex t o : Sara Sá Fotos: Marcos BorgaALERTA
SÉPSIS
A
APLICAÇÃO
À COVID
Dez por cento dos doentes
infetados com o vírus
SARS-CoV-2 têm de
ser internados e há uma
percentagem destes que
acaba por ir parar aos
cuidados intensivos. Até
agora, não há forma de
antecipar a evolução do
estado de saúde do doente,
pelo que o diretor clínico
do Hospital Beatriz Ângelo
(HBA), Edgar Almeida, não
descarta a hipótese de
se vir aplicar o sistema
de inteligência artificial
desenvolvido na Luz Saúde
(que tem a gestão do HBA)
a esta patologia. “Seria
importante podermos
antecipar se a sina do
doente passará pelos
cuidados intensivos.”
tratamento, traduz-se num aumento do
risco de morte de 6,7 por cento.”
Por isso, quando a equipa de sistemas
do Grupo Luz Saúde (Bruno Campos e
Jaime Machado) propôs tirar partido da
base de dados clínicos disponível através
de um sistema de inteligência artificial a
sugestão do corpo médico recaiu sobre a
ajuda ao diagnóstico de sépsis. “Desde
o primeiro dia [de funcionamento do
hospital, inaugurado em janeiro de 2012]
que temos tudo informatizado. Nascemos
como uma entidade tendencialmente
livre de papel”, sublinha Edgar Almeida,
nefrologista, professor universitário e di-E
ncontrar um doente com
sépsis, entre todos os inter-
nados num hospital, é como
jogar ao ‘onde está o Wally’. A
comparação é feita pelo especialista em
prevenção e controlo das infeções e resis-
tência aos antibióticos do Hospital Bea-
triz Ângelo e do Grupo Luz Saúde, Carlos
Palos. Numa primeira fase, os sinais são
subtis, facilmente atribuíveis a outros
problemas de saúde, o que dificulta a
deteção desta situação, potencialmente
grave e que resulta de uma resposta de-
sajustada do organismo a uma infeção.
“Cada hora de atraso num diagnóstico e