(20201200-PT) Exame Informática 306

(NONE2021) #1
/ PORTUGAL FAZ BEM

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A ANTI-ESCOLA DE


PROGRAMAÇÃO


Não tem professores, não tem numerus clausus,
não tem propinas. Tem empregabilidade de 100%
e um séquito de ex-alunos satisfeitos. Começa em fevereiro
o primeiro curso da Escola 42 em Portugal

Tex t o Sara Sá Fotos Luís Barra

D


epois de ‘despachar’ uma
comitiva da embaixada de
França, Pedro Santa-Clara
senta-se no puff e descontrai.
Mesmo com o sorriso escondido por trás
da máscara, percebe-se a satisfação, a
sensação de dever cumprido. E porque
não, a vaidade. O amplo armazém na
zona da Penha de França, em Lisboa, que
já foi muitas coisas, a mais emblemática
delas uma tipografia, é agora a casa da
Escola 42, que chega a Portugal depois de
já ter revolucionado a forma de ensinar,
ou melhor, de aprender programação em
duas dezenas de países.
A entrada no espaço faz-se por um
amplo lounge, bem decorado com puffs,
um ecrã gigante e sofás onde apetece
mergulhar o corpo e descansar os olhos.

Alexandre Pinto
sempre gostou de programar.
Mas é sobretudo o método de ensino,
ou de aprendizagem, que destaca na 42

Apesar disso, esta é claramente a zona
menos frequentada dos três andares
ocupados pela escola. No segundo e no
terceiro andar, de onde chega um bur-
burinho ordeiro e abafado pelas másca-
ras, é que está concentrada toda a ação.
Dezenas de pessoas concentram-se em
frente aos monitores da Apple, montados
em cima das mesas brancas compridas.
São candidatos ao curso de programação
e enfrentam a última fase do processo de
seleção, a chamada ‘piscine’, depois de
terem ultrapassado dois testes online: um
de quatro minutos, outro de duas horas.
Nesta derradeira etapa, com a duração
de 26 dias, seguidos, têm de mostrar
tudo o que valem, resolvendo desafios de
programação cada vez mais complexos.

DOS 17 AOS 61 ANOS
Há sempre alguém a levantar-se para
tirar uma dúvida a um colega, quem
aproxime a cadeira para espreitar o có-
digo que corre no ecrã do vizinho do lado,
quem vá buscar nova dose de cafeína à
máquina. Aqui aprendizagem e sociali-
zação andam sempre a par. “A interação
com os outros é essencial. As empresas
adoram isto!”, insiste Paulo Rodrigues
da Silva, que depois de uma carreira à
frente da Vodafone e da Euronext, se
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